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Justin Trudeau renuncia ao cargo de primeiro-ministro do Canadá
Termômetro da Política
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A crise política começa o ano de forma acentuada no Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou nesta segunda-feira (6) sua renúncia tanto do cargo quanto da liderança de seu partido. Ele argumentou que “o país merece uma escolha real” nas próximas eleições, indicando que se envolver em “batalhas internas” o impediria de ser a melhor opção para os eleitores canadenses.

Decisão de Trudeau encerrou semanas de especulações sobre seu futuro político (Foto: Reprodução/X)

Este anúncio ocorreu em um contexto de crise política no país, exacerbada pela renúncia em dezembro da vice-premiê e ministra das Finanças, Chrystia Freeland. Trudeau e Freeland discordavam sobre a gestão econômica do país, especialmente em como responder à protecionista agenda do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que assumirá em 20 de janeiro.

A decisão de Trudeau encerrou semanas de especulações sobre seu futuro político, após uma queda significativa em sua popularidade tanto entre os colegas de partido quanto entre o eleitorado canadense. A instabilidade política surge em um momento em que o Canadá enfrenta desafios, incluindo o segundo mandato de Trump, que ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre produtos canadenses, uma medida que poderia devastar a economia canadense, se não houver controle na fronteira comum contra imigração ilegal e tráfico de drogas.

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Freeland mencionou este “grave desafio” em sua carta de renúncia, expressando dúvidas sobre se Trudeau levava a sério a ameaça de Trump. Desde meados do ano passado, membros do próprio partido de Trudeau pressionavam por sua renúncia, especialmente após uma derrota significativa para os conservadores. Pesquisas indicam que apenas 22% dos canadenses aprovavam o governo Trudeau em dezembro de 2024, o nível mais baixo desde que assumiu em 2015.

Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, lidera com quase 24 pontos de vantagem sobre Trudeau nas pesquisas, sugerindo uma possível grande derrota para os liberais em outubro. Apesar do sistema multipartidário do Canadá, apenas conservadores e liberais formaram governos historicamente.

Após a saída de Freeland, a pressão para Trudeau renunciar cresceu, com comentários como o do deputado Wayne Long de New Brunswick, que disse antes do Natal que Trudeau estava “delirando” ao pensar que poderia continuar no cargo.

O que pode acontecer

O que acontece agora? Pela constituição do Partido Liberal, a renúncia de Trudeau desencadeará uma disputa pela liderança, um processo que normalmente dura meses. Não está claro se os liberais acelerarão este processo, dado que 2025 é um ano eleitoral.

Trudeau afirmou que permanecerá no cargo até que um sucessor seja escolhido. Entre os possíveis sucessores estão:

  • Chrystia Freeland, ex-vice-premiê e ministra das Finanças, conhecida por seu trabalho como jornalista antes de entrar na política.
  • Mark Carney, ex-governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, agora conselheiro especial de Trudeau.
  • Mélanie Joly, ministra das Relações Exteriores, uma advogada de Quebec com forte presença no cenário internacional.
  • Dominic Leblanc, ministro das Finanças e amigo próximo de Trudeau, com experiência parlamentar de longa data.
  • Christy Clark, ex-primeira-ministra da Colúmbia Britânica, que recentemente expressou interesse em liderar o Partido Liberal.

O caminho de Trudeau

O caminho de Trudeau para o poder começou com sua eleição para a Câmara dos Comuns em 2008, representando Papineau. Ele assumiu a liderança do Partido Liberal em 2013 e venceu as eleições de 2015, tornando-se primeiro-ministro aos 44 anos. Contudo, seu mandato foi marcado por escândalos, incluindo a controvérsia de fotos com maquiagem blackface e questões éticas relacionadas a contratos governamentais com instituições ligadas à sua família.

Com informações da BBC.

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