O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que é um aliado da Rússia, estendeu seu governo de 31 anos nesta segunda-feira (27), após ser declarado vencedor das eleições pelo órgão eleitoral do país. Governos ocidentais classificaram a eleição como uma fraude.
Lukashenko obteve 86,82% dos votos. Políticos de países com sistemas democráticos reconhecidos criticam a eleição por não ser livre, alegando que a mídia independente foi silenciada e os opositores foram presos ou forçados a deixar o país.
“A população da Bielorrússia não teve escolha. É um dia sombrio para aqueles que desejam liberdade e democracia”, publicou Annalena Baerbock, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, na rede social digital X.
Veja também
Donald Trump suspende ameaça de sanções e tarifas contra a Colômbia após acordo sobre deportações
Sviatlana Tsikhanouskaya, líder da oposição em exílio, solicitou um aumento das sanções ocidentais contra empresas e indivíduos da Bielorrússia envolvidos na repressão aos adversários de Lukashenko e no fornecimento de munições para a guerra russa na Ucrânia. “Enquanto a Bielorrússia estiver sob o controle de Lukashenko e Putin, a paz e segurança na região estarão constantemente ameaçadas”, afirmou ela.
Kaja Kallas, chefe de Relações Exteriores da União Europeia, e Marta Kos, comissária para a ampliação, declararam que o bloco manterá “medidas restritivas e específicas” contra o regime, ao mesmo tempo em que apoiará a sociedade civil e a oposição no exílio.
Quando questionado sobre a detenção de seus oponentes, Lukashenko disse no domingo que eles haviam “escolhido” seu próprio destino. Ele negou que sua decisão de libertar mais de 250 pessoas condenadas por atividades “extremistas” fosse um sinal para o ocidente em busca de aliviar seu isolamento.
“Não me importo com o ocidente”, ele afirmou em uma entrevista de mais de quatro horas. “Nunca recusamos relações com o ocidente. Sempre estivemos prontos. Mas vocês não querem isso. Então, o que devemos fazer, nos curvar ou rastejar diante de vocês?”
Ao longo de sua carreira, Lukashenko se tornou um aliado valioso para a Rússia, obtendo benefícios como petróleo e empréstimos a baixo custo, evitando que seu país de 9 milhões de habitantes fosse dominado por seu vizinho muito maior. A guerra na Ucrânia, no entanto, o aproximou ainda mais de Putin, cuja invasão começou parcialmente do território bielorrusso. Além disso, Putin posicionou armas nucleares táticas russas na Bielorrússia.
Com informações da Agência Brasil