O mercado de trabalho brasileiro apresentou um desempenho positivo no último ano, com um crescimento de 16,5% no saldo de empregos em relação a 2023. De acordo com os dados do Novo Caged, foram criados 1,69 milhão de postos de trabalho com carteira assinada em 2024, superando os 1,45 milhão de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Do total de empregos, 83,5% dos postos gerados podem ser considerados típicos e 16,5% não típicos, principalmente 30 horas ou menos (+150.341) e intermitentes (+87.359).
Segundo os dados do Novo Caged, foram 3 milhões postos de trabalho gerados no país desde janeiro de 2023, com o estoque de vínculos celetistas ativos contabilizando 47,2 milhões vínculos em dezembro, uma variação de 3,7% em relação ao estoque do ano anterior, quando foram contabilizados 45 milhões de vínculos.
Todos os 5 grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos, sendo os maiores saldos no Setor de Serviços com geração de 929 mil postos (4,20%) e Comércio, que gerou 336 mil postos (+3,28%). A Indústria, com geração de 306 mil postos no ano (+3,56%), foi um setor de destaque, puxada pela boa geração de empregos na indústria de transformação (+282.488). Somando o acumulado do ano de 2024 (janeiro a dezembro) e o mesmo período de 2023, quando foram gerados 125.002 postos de trabalho, houve acréscimo de +431.891 empregos formais no setor. A Construção Civil foi responsável pela geração de +110.921 postos (+4,04%) e a Agropecuária por +10.808 postos no ano (+0,61%).
O saldo positivo foi registrado em todas as 27 Unidades Federativas, com destaque para São Paulo (+459.371); Rio de Janeiro (+145.240) e Minas Gerais (+139.503). O emprego foi também positivo nas 5 regiões brasileiras, com o Sudeste gerando 779.170 postos (+3,35%), o Nordeste +330.901 (+4,34%), o Sul, com a recuperação do Rio Grande do Sul, após o desastre das enchentes no início do ano, gerou 297.955 postos (+3,58%), ficando em 3º lugar entre as regiões. O Centro-Oeste gerou 137.327 postos (+3,38%) e o Norte 115.051 postos (+5,07%). Em termos relativos, as Unidades da Federação com maior variação no mês foram Amapá (+10,07%), Roraima (+8,14%); Amazonas (+7,11%) e Rio Grande do Norte (+6,83%).
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No ano, o saldo foi positivo para mulheres (+898.680) e para homens (+794.993), sendo também positivo para pardos (+1.929.771), brancos (+908.732), pretos (+373.501) e amarelos (+13.271), contudo foi negativo para indígenas (-1.502).
O salário médio real de admissão ficou em R$ 2.177,96, com aumento de R$ 55,02 (+2,59%) em comparação com o valor do mesmo período de 2023 (R$ 2.122,94). Para os trabalhadores considerados típicos o salário real de admissão foi de R$ 2.211,13 (1,5%, mais elevado que o valor médio, enquanto para os trabalhadores não típicos R$ 1.941,72 (10,8%, menor que o valor médio).
Com a retração típica no número de postos de trabalho no mês, o saldo em dezembro apresentou uma redução de -535.547 de empregos, variação relativa de -1,12%, similar à registrada em períodos de crescimento do emprego.
Todas as Unidades da Federação apresentaram saldos negativos, com maior impacto em São Paulo (-190.569), Minas Gerais (-68.617) e Santa Catarina (-43.017). A redução foi verificada em todos os grandes grupamentos de atividades econômicas, que apresentaram saldos negativos, principalmente no setor de Serviços (-257.703) e Indústria (-116.422). Houve declínio para praticamente todos os tipos de vínculo, típicos e os não típicos, (-155.735), em especial para trabalhadores com jornadas de até 30 horas, temporários e aprendizes.
Entre os estados, apresentaram maiores saldos negativos Santa Catarina: -43.017 postos (-1,65%); Minas Gerais: -68.617 postos (-1,38%) e São Paulo: -190.569 postos (-1,31%). A redução foi também registrada nos 5 grandes grupamentos de atividades econômicas, sendo a maior redução do emprego formal no setor de Serviços, com saldo de -257.703 postos formais de trabalho (-1,11).
O salário médio real de admissão de dezembro do último ano ficou em R$ 2.162,22, aumento de R$ 33,41 (+1,57%) em comparação com o valor do mesmo período de 2023, que foi de R$ 2.128,90.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego