A música brasileira perdeu um de seus mais talentosos compositores. O paraibano Vital Farias, cantor, compositor e multi-instrumentista, morreu nesta quinta-feira (6), aos 82 anos, em Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa. Ele estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires em razão de um problema cardíaco.
Nascido em Taperoá, no interior da Paraíba, Vital Farias era conhecido por sua habilidade em unir poesia, crítica social e melodias cativantes em suas canções. Sua música, enraizada na cultura nordestina, transcendeu fronteiras e conquistou admiradores em todo o país. Com uma carreira que se estendeu por mais de cinco décadas, ele se consolidou como um dos grandes nomes da MPB, ao lado de artistas como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Xangai e Elomar.
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Entre suas composições mais famosas estão “Sete Cantigas Para Voar” e “Ai Que Saudade de Ocê”. Seu trabalho era marcado por uma profunda conexão com as tradições do Nordeste, especialmente o repente e a literatura de cordel, gêneros que influenciaram sua forma única de contar histórias através da música.
Além de sua carreira artística, Vital Farias tentou ingressar na política. Em 2006 se candidatou a senador da Paraíba pelo PSOL, se apresentando como uma alternativa à esquerda. Concorreu contra Ney Suassuna e Cícero Lucena, e surpreendeu, com 99.966 votos. Em 2010 se candidatou novamente ao Senado, desta vez pelo PCB. Não obteve o mesmo sucesso de 2006, ficando em 4º lugar, com pouco mais de 56 mil votos. Sua última candidatura foi nas eleições de 2022, quando disputou uma vaga para a Câmara dos Deputados pelo Avante. Ele recebeu 205 votos.
A Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB) divulgou uma nota oficial. Confira:
A Paraíba perdeu hoje uma de suas vozes mais marcantes, um de seus poetas mais sensíveis. Vital Farias é o compositor de músicas que marcaram época, que foram gravadas e regravadas por cantores de todo o Brasil e que deixaram mensagens profundas, duradouras e fortes ao longo das décadas.
Vital tinha 82 anos, era natural de Taperoá e deixa um legado artístico-cultural de valor inestimável e que haverá de sobreviver ao tempo.
Como diz a música que tão belamente você compôs, poeta, “ai, que saudade d’ocê”, “ai que saudade sem fim”.
