O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (10), reconhecendo as críticas por permanecer no cargo após o cancelamento das eleições presidenciais de dezembro do ano passado. “Para poupar a Romênia e os cidadãos romenos de uma crise, abandonarei o meu cargo”, disse Iohannis, num discurso em Bucareste, iniciando o processo de destituição.
Seu mandato, que deveria terminar no final de 2024, foi prolongado após a anulação do primeiro turno das eleições, realizado em 24 de novembro, que surpreendentemente deu vitória a um candidato de extrema-direita. A eleição foi cancelada devido a suspeitas de interferência russa, um evento raro na União Europeia.
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Diante disso, Iohannis, um líder liberal e pró-europeu de 65 anos, optou por continuar no cargo até a eleição de seu sucessor, agora agendada para maio. No entanto, a decisão gerou protestos massivos nas ruas, com milhares de romenos acusando o governo de um “golpe de Estado”. Após pressão da oposição, o Parlamento decidiu se reunir esta semana em sessão plenária para discutir a situação, com a possibilidade de um referendo.
Iohannis justificou sua renúncia afirmando que, em poucos dias, o Parlamento votaria por sua demissão, o que mergulharia o país em uma crise com impactos internos e externos. No poder desde 2014, ele lamentou que a situação política tenha chegado a esse ponto, mas garantiu que nunca violou a Constituição. O presidente do Senado e líder dos liberais, Ilie Bolojan, deve assumir interinamente até as novas eleições.
A extrema-direita romena comemorou a renúncia de Iohannis. George Simion, líder do partido AUR, celebrou a decisão nas redes sociais, atribuindo-a aos protestos recentes. Já Calin Georgescu, o vencedor surpresa do primeiro turno, ainda não se manifestou sobre o anúncio. Ele é acusado pelas autoridades romenas de ter se beneficiado de uma campanha ilegal na plataforma TikTok, e a Comissão Europeia abriu uma investigação sobre o caso.
Com informações da Agência Brasil.