O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu estender por mais 60 dias a investigação que apura denúncias de importunação sexual envolvendo Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. O crime teria sido cometido contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
O inquérito está a cargo da Polícia Federal, que pediu mais prazo para concluir as investigações. Entre as diligências pendentes, por exemplo, está a oitiva do próprio Almeida, que ainda não prestou depoimento e deve ser um dos últimos a serem ouvidos no caso. Anielle foi ouvida em outubro do ano passado.
O caso tramita sob sigilo no Supremo. Ao autorizar a investigação, Mendonça entendeu que o processo deveria tramitar no STF porque as acusações ocorreram quando Almeida estava no cargo de ministro. Após a conclusão das investigações, a Polícia Federal pode indiciar ou não o ex-ministro, a depender das conclusões do inquérito.
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No último sábado (15), o ex-ministro utilizou o perfil na rede social digital Instagram para pedir justiça. “As pessoas que conviveram comigo diretamente nos últimos 30 anos, alunas, colegas, empregadas, assistentes jamais foram ouvidas”, lamenta Almeida.
As acusações contra o ex-ministro Silvio Almeida surgiram em setembro de 2024. A organização Me Too, que atua na proteção de mulheres vítimas de violência, disse ter acolhido mulheres que relataram assédio sexual por parte do professor e advogado.
Com o escândalo, Silvio Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota após a divulgação das acusações, Silvio Almeida disse repudiar “com absoluta veemência” as denúncias, que chamou de “mentiras” e “ilações absurdas” disseminadas com o objetivo de prejudicá-lo.
Fonte: Agência Brasil