Justiça -
CNJ prorroga afastamento do juiz federal Marcelo Bretas por mais 90 dias
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu prorrogar por mais 90 dias o afastamento preventivo do juiz federal Marcelo Bretas, que comandou a ala da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e enfrenta três processos disciplinares relacionados à sua conduta durante a operação. O juiz está afastado do cargo desde 28 de fevereiro de 2023. A decisão foi tomada para evitar qualquer risco de interferência nas investigações em andamento, que também tiveram seu prazo prorrogado por 90 dias. O novo período começou a valer a partir de 2 de fevereiro.

Marcelo Bretas é suspeito “de negociar penas, orientar advogados e combinar estratégias com o Ministério Público” (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Um dos processos disciplinares contra Bretas é resultado de uma representação da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), que acusou o magistrado de barrar acesso a documentos pelas defesas e a manipula processos de modo a ficar com a relatoria de ações que deveriam ser julgadas em outras jurisdições.  

A OAB também aponta que Bretas é suspeito “de negociar penas, orientar advogados e combinar estratégias com o Ministério Público”, conforme acordo de delação premiada firmado pelo advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho com a chancela da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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A colaboração do advogado, contudo, foi arquivada em dezembro pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). A recusa em homologar o acordo se deu por falta de provas para corroborar as declarações.

Em outro processo, movido pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), Bretas foi acusado de perseguição com motivação política, em conduta “incompatível com a imparcialidade”, de modo a favorecer, em 2018, o então candidato Wilson Witzel na eleição para governador do Rio de Janeiro.

A terceira reclamação foi aberta pelo então corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, e investiga possíveis irregularidades na prestação de serviços judiciais sob responsabilidade de Bretas.

Os processos contra Bretas correm em sigilo no CNJ. Após a instrução dos processos administrativos disciplinares, o magistrado terá oportunidade para apresentar defesa. Desde que foi afastado, ele nega qualquer irregularidade.

Segundo dados do Ministério Público Federal (MPF), enquanto esteve à frente da Lava Jato na 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Bretas condenou 183 pessoas, de 887 denunciadas pelos procuradores.

Tais condenações, contudo, assim como outras da Lava Jato, vem sendo anuladas em instâncias superiores, incluindo diferentes sentenças contra o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, entre outros.

Fonte: Agência Brasil

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