O Brasil registrou a criação de 137,3 mil empregos formais em janeiro, caracterizados por garantias e obrigações previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O saldo positivo resulta em mais de 2,2 milhões de contratações e 2,1 milhões de demissões, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta quarta-feira (26) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
De acordo com o ministério, o total de celetistas ativos no país (estoque) em janeiro era de mais de 47 milhões de vínculos, resultado que representa variação positiva de 0,29%, na comparação com o estoque registrado em dezembro.
No acumulado de 12 meses, de fevereiro de 2024 a janeiro deste ano, o saldo também é positivo em mais de 1 milhão de empregos celetistas. No período, foram mais de 25 milhões admissões e 24 milhoes de desligamentos.
Segundo mostra o Caged, o salário médio das admissões aumentou 4,12% de dezembro do ano passado para janeiro deste ano. O percentual corresponde a um acréscimo de R$ 89,02 no recebido pelos admitidos, resultando em um salário inicial de R$ 2.251,33.
Ao anunciar os números, o ministro Luiz Marinho fez críticas a manifestações creditadas a “um tal mercado que não apresenta CPF”, de que a geração de novos empregos seria algo negativo para o país.
“Vejo com estranhamento esse tal de mercado dizer que saldo positivo de emprego é um mal. Eu não consigo entender que isso seja um problema [que resulte em aumento de juros]”, criticou.
Segundo Marinho, juros é um problema que cabe ao Banco Central monitorar, “dialogando com os entes produtivos, para se prepararem para uma economia crescente, programando mais produção, de forma a controlar a inflação”.
De acordo com os dados do Caged, quatro dos cinco grandes grupos de atividades apresentaram saldo positivo de empregos celetistas em janeiro. O segmento que gerou maior número de vagas foi o de Indústria Geral.
O único segmento que registrou saldo negativo foi o de Comércio, com 52,4 mil postos a menos.
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Luiz Marinho aproveitou o resultado para, novamente, falar da “incapacidade do mercado” em fazer projeções que correspondam à realidade brasileira.
“Foi assim em 2023, quando projetaram que o crescimento do PIB seria, no máximo de 0,7%, quando cresceu 3,2%. Em 2024, projetaram que, no máximo, cresceria 1%. Crescemos 3,8%”, disse.
“Agora estão, de novo, tentando projetar para baixo a realidade da economia brasileira. Não sei qual é a desse tal mercado que nem CPF apresenta, para a gente poder conversar e ensiná-los a projetar corretamente, entendendo que o mundo da economia não se faz somente pela macroeconomia. Tem também a microeconomia, que reage com as políticas públicas de aumento real do salário mínimo”, afirmou.
Das cinco regiões, quatro apresentaram saldo positivo no número de empregos formais em janeiro.
No Sul, foram 65,7 mil novos postos de trabalho, o que corresponde a um aumento de 0,76% de dezembro de 2024 para janeiro deste ano.
Na Região Centro-Oeste, foram 44,3 mil novos postos, uma alta de 1,06% na comparação com o mês anterior.
O Sudeste gerou 27,7 mil novos postos (0,12%); e o Norte, 1,9 mil postos (0,08 %).
O Nordeste reduziu em 2,6 mil o número de empregos celetistas, queda de 0,03%.
Das 27 unidades federativas, 17 registraram saldos positivos. São Paulo foi o estado que apresentou maior saldo, com 36,1 mil novos postos, o que corresponde a um aumento de 0,25% em janeiro, na comparação com o mês anterior.
Em segundo lugar está o Rio Grande do Sul, com saldo positivo de 26.732 postos (0,94%), seguido de Santa Catarina, com saldo de 23.062 postos (0,90%).
Os estados com menor saldo foram Rio de Janeiro, com uma redução de 12,9 mil postos celetistas (0,33%), seguido de Pernambuco, que reduziu em 5,2 mil postos (0,34%); e Pará, com 2,2 mil postos a menos (0,22%).
Segundo o Caged, em termos relativos, os estados com maior variação positiva em relação ao estoque do mês anterior foram Mato Grosso, com um aumento de 2,07% no número de postos celetistas, com saldo positivo de 19,5 mil novos postos.
O Rio Grande do Sul aumentou em 0,94% o número de empregos celetistas, o que corresponde a 26,7 mil novos postos (0,94%). Santa Catarina aumentou em 0,9% o total de empregos formais, resultado que equivale a saldo positivo de 23.062 postos.
As unidades federativas que apresentaram as menores variações de estoque em janeiro foram o Acre, com uma redução de 645 postos, seguido de Pernambuco, com menos 5.230 postos, e o Rio de Janeiro, com menos 12.960 postos.
Fonte: Agência Brasil