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Política -
Centrais sindicais pedem fortalecimento da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos
Termômetro da Política
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O sucesso alcançado pelo filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles, que denuncia crimes cometidos durante o período da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985), vem servindo também para pressionar setores da sociedade por revisões a respeito de temas tratados pela obra, a exemplo de mudanças na Lei da Anistia, que voltou a ser discutida. Em nota assinada nessa terça-feira (4) e divulgada hoje (5), as centrais sindicais brasileiras pedem fortalecimento da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos.

Mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no Brasil (Foto: Divulgação/Comissão da Verdade de São Paulo)

“Nós das centrais sindicais apoiamos a luta das famílias penalizadas por não poderem viver o luto por seus entes mortos de forma cruel e injusta. Esta é uma ferida que, depois de 40 anos de redemocratização, ainda está aberta. Aberta, inclusive, para a família Paiva, que batalha para encontrar os restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura em 1971”, diz trecho da nota, em referência à história do ex-deputado, cerne do filme.

A nota cobra ação do governo federal para que retome “plenamente os trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, extinto pela gestão de Jair Bolsonaro e restituído em 2024, mas com baixo orçamento”.

“Ainda Estou Aqui” foi o primeiro longa brasileiro a vencer um Oscar na categoria Melhor Filme Internacional.

Confira a nota das centrais sindicais na íntegra:

O sucesso do filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, abriu o debate sobre um assunto muito importante no Brasil: os mortos e desaparecidos da ditadura militar. Nós das centrais sindicais apoiamos a luta das famílias penalizadas por não poderem viver o luto por seus entes mortos de forma cruel e injusta.

Esta é uma ferida que, depois de 40 anos de redemocratização, ainda está aberta. Aberta, inclusive, para a família Paiva, que batalha para encontrar os restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura em 1971.

Nesta terça-feira (4), a filha de Rubens e Eunice, Vera Paiva, falou ao jornal Folha de São Paulo sobre a expectativa de que o governo retome plenamente os trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, extinto pela gestão de Jair Bolsonaro e restituído em 2024, mas com baixo orçamento.

Consideramos fundamental que o governo abrace esta causa e se empenhe em fortalecer a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos.

Precisamos resolver essa dívida histórica com as famílias dos mortos e desaparecidos durante os 21 anos da ditadura militar. Os responsáveis pelos crimes da ditadura precisam ser punidos, respondendo, assim por seus atos.

Só conseguiremos avançar na construção da democracia tendo consciência da nossa história, transmitindo-as para as novas gerações e passando a limpo injustiças perpetradas pelo Estado em um passado recente.

Sem anistia aos golpistas!

São Paulo, 04 de março de 2025


Sergio Nobre, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas
Nilza Pereira, Secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

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