O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nessa segunda-feira (10) um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão do ministro Dias Toffoli, que havia invalidado os processos contra o ex-ministro Antonio Palocci, relacionados à Operação Lava Jato. No mês anterior, Toffoli acatou o pedido de anulação formulado pela defesa de Palocci, baseando-se em precedentes do STF que consideraram o ex-juiz Sergio Moro parcial ao proferir sentenças contra os investigados. Moro atuava como juiz titular da 13ª Vara Federal em Curitiba.
Com a decisão, todos os procedimentos assinados por Moro contra Palocci foram anulados. Apesar da anulação, o acordo de delação assinado por Palocci está mantido. Em um dos processos, ele foi condenado a 12 anos de prisão.
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No recurso, Gonet disse que Palocci assinou acordo de delação premiada no qual denunciou “esquemas ilícitos” envolvendo agentes públicos e empresários investigados na Lava Jato. Dessa forma, segundo o procurador, não há prejuízos à defesa que justifiquem a anulação dos processos contra o ex-ministro.
“O pleito formulado não se sustenta em vícios processuais concretos ou na ausência de justa causa, mas na pretensão de se desvincular de um acervo probatório autônomo, válido e robusto, cuja existência, em parte, foi por ele próprio reconhecida em sua colaboração premiada”, afirmou Gonet.
O procurador também acrescentou que a PGR não defende os “excessos ocorridos na Operação Lava Jato”.
“O Ministério Público visa impedir que provas hígidas, obtidas por meio de medidas cautelares e outros procedimentos, sejam indevidamente retiradas do plano de existência jurídico, sem prévia e individualizada análise”, completou.
Fonte: Agência Brasil