Política -
Elizabeth Teixeira é homenageada pela Câmara de João Pessoa
Termômetro da Política
Compartilhe:

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) promoveu, na tarde desta segunda-feira (17), uma sessão especial em homenagem ao centenário de Elizabeth Teixeira. Durante o evento, a homenageada também recebeu a Medalha Cidade de João Pessoa. A sessão foi proposta pelos vereadores Marcos Henriques (PT) e Marcos Vinícius (PDT).

Solenidade marcou o centenário da homenageada e a entrega da medalha Cidade de João Pessoa (Foto: Divulgação/CMJP)

“A história de Elizabeth Teixeira nos inspira, uma mulher que completou 100 anos e que lutou muito, durante toda a vida, por algo precioso, que é a reforma agrária. Ela lutou, foi perseguida e exilada. A história de Elizabeth Teixeira, a persistência e a resiliência que ela tem, nos deixa bastante sensibilizados. Esse reconhecimento, através dessa sessão e da entrega da Medalha Cidade de João Pessoa, é pequeno, diante do que ela representa, não só para reforma agrária, mas para todas as mulheres, através da garra dessa mulher que passou por tantos problemas, deu a volta por cima e fez a coisa certa. Mesmo com a morte do marido, continuou o legado de luta em defesa do campo”, disse Marcos Henriques, autor da sessão comemorativa ao centenário de Elizabeth Teixeira.

Veja também
Descobriu que ela é do job

Tânia Maria de Sousa, representante da Comissão Pastoral da Terra, falou que se sente parte da luta iniciada por Elizabeth Teixeira. “Homenagear Elizabeth Teixeira com 100 anos é uma honra para todas nós. A imagem dela, que parece tão frágil, mas é tão forte, nos inspira a sair daqui e dizer que começamos tudo de novo. Nós estamos aqui e vamos continuar lutando”, afirmou.

Eva Wilma Bezerra, representante do Movimento das Trabalhadoras Sem-Terra, disse que todos os brasileiros têm uma dívida histórica com Elizabeth Teixeira. “Nós precisamos reparar isso. Todas as homenagens e visibilidade dadas ainda não são nada diante de tudo o que ela passou. Foi presa, perdeu o companheiro e foi exilada dentro do próprio país, sendo obrigada a se afastar dos filhos. Mesmo assim, se manteve firme na luta e continua presente em todas as marchas e ocupações”, destacou.

Alane Maria, representante das Ligas Camponesas, comemorou a honra de participar do momento celebrativo à Elizabeth Teixeira com ela presente. “A vida de Elizabeth Teixeira foi de denúncias, renúncias e violações. Não podemos nos omitir, estando em um espaço como esse, e não denunciar as injustiças e violações contra a classe camponesa”, asseverou.

A neta da homenageada, Ana Rachel Tavares, falou em nome da homenageada sobre a importância da avó para as gerações. “A história de vida da minha avó, Elizabeth Teixeira, ecoa na vida da geração presente e ecoará na vida da geração futura. Minha avó ensinou a importância de lutar pela terra, e que lutar pela terra é lutar pela vida. Ela também nos ensinou a importância de lutar pela igualdade, pela dignidade e pela justiça. A história de vida dela ecoa na história de tantas outras mulheres, aquelas do campo, as que lutam diariamente pelo sustento e educação dos filhos. Eu falo que minha avó é uma revolucionária, convicta dos seus ideais e que ensina a nós mulheres a termos essa força, mantermos a cabeça erguida e a termos voz para poder termos vez”, concluiu.

Participaram ainda da sessão especial o vereador Milanez Neto (MDB); a ex-vereadora Paula Frassinetti; Patrícia Larissa, representante da deputada estadual Cida Ramos (PT); o cordelista Robson Jampa, entre outros.

Homenageada

Paraibana e com 100 anos recentemente completados, Elizabeth Teixeira é umas das lideranças mais importantes da história do país. Foi militante das Ligas Camponesas e até hoje é uma grande referência. Companheira de João Pedro Teixeira, com quem se casou e teve 11 filhos, atuou junto com o marido na luta pela terra na Liga Camponesa da Paraíba.

Presa, várias vezes, perseguida pela ditadura, teve que ir para a clandestinidade após o assassinato do marido, em 1962. Após a morte dele, assumiu a Liga Camponesa de Sapé e depois a Liga Camponesa da Paraíba. Elizabeth não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno, reforma agrária e justiça no campo. Até hoje Elizabeth Teixeira mantém a convicção da necessidade de reforma agrária e melhoria de vida do homem do campo.

Fonte: CMJP

Compartilhe: