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Pesquisa revela que aumento desordenado das edificações favorece a especulação imobiliária
Termômetro da Política
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Uma pesquisa inédita da WRI Brasil revela que o número de edificações nas cidades brasileiras está aumentando em ritmo superior ao da população. O estudo analisou a expansão urbana no país entre 1993 e 2020, mapeando padrões de ocupação do território. Os dados também indicam que o avanço no volume de construções em descompasso com o avanço demográfico também pode ser justificado pela financeirização do espaço urbano, levando à construção de edificações que permanecem vazias para especulação imobiliária.

Pesquisadores apontam necessidade de pensar políticas urbanas que resultem em menos impacto ambiental e climático (Foto: Reprodução/TV Brasil)

“O nosso intuito com esse trabalho é oferecer esses dados, essa série temporal de quase 30 anos, para permitir que novos estudos procurem olhar mais para a relação de causalidade e possam estabelecer quais foram, talvez, os direcionadores principais desse fenômeno”, afirma o pesquisador Guilherme Iablonovski, cientista de dados na Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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Os dados indicaram ainda que nas cidades médias e pequenas o comportamento foi diferente com crescimento predominantemente de forma horizontal. São cidades como Campo Grande, Cuiabá, Natal, Manaus, Palmas e Teresina onde a urbanização ocorreu de forma mais dispersa.

De acordo com Henrique Evers, gerente de Desenvolvimento Urbano da WRI, a análise vai além do simples registro da expansão territorial das cidades. O trabalho cruza informações demográficas, de uso do solo e de volumetria urbana, permitindo compreender como cada município se desenvolveu ao longo desse período.

Conforme os pesquisadores, com a compreensão da forma como os centros urbanos brasileiros crescem é possível pensar políticas urbanas que otimizem a ocupação das cidades permitindo um acesso adequado à terra, oportunidades, serviços públicos e moradia, consumindo o mínimo de recursos necessários, causando menos impacto ambiental e climático.

“Existe uma relação direta sobre a dinâmica de expansão urbana e as questões climáticas, tanto na agenda de mitigação, de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, quanto na agenda de adaptação para cidades mais eficientes”, conclui Evers.

Com informações da Agência Brasil

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