Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do programa “The Noite” (SBT), registrou uma queixa-crime no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o apresentador Otávio Mesquita. Ela o acusa de estupro durante a gravação de um episódio em 25 de abril de 2016. Em sua representação, a defesa de Juliana afirma que a comediante sofreu “atos libidinosos com uso de força física” diante de mais de cem pessoas no estúdio – cenas que teriam ampla circulação nas redes sociais.
De acordo com as imagens anexadas ao processo, durante a gravação, Mesquita desceu do palco de cabeça para baixo e fantasiado. Quando Juliana foi ajudá-lo, ele teria tocado suas partes íntimas, levando-a a reagir com tapas e chutes. Os advogados destacam que Juliana rejeitou claramente a conduta do apresentador, tentando se livrar do assédio e revidando com agressões físicas.
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Juliana trabalhou por 11 anos no programa, comandado por Danilo Gentili, e foi demitida do SBT em fevereiro deste ano. Seu caso está sendo representado pelo advogado Hédio Silva Jr., que formalizou a denúncia no MP-SP.
Otávio Mesquita se manifestou sobre a denúncia por meio das redes sociais digitais e enfatizou que, em quase dez anos do episódio, “nunca houve nenhuma manifestação pública da comediante”.
“Esse programa foi o ar há quase 10 anos. E nesse período todo não houve nenhum registro de desagravo ou reclamação. Nem mesmo no dia da gravação houve alguma reclamação ou pedido, que alguém falasse: ‘Ah, não quero que isso vá para o ar, que essa brincadeira não fosse exibida’. Isso é absurdo. Aliás, sinto muito se essa cena combinada com o elenco do programa foi mal interpretada”, disse.
“Estou realmente muito chateado, muito triste, aliás, todo mundo sabe que fui surpreendido com uma acusação de estupro. Olha que loucura isso. Eu demorei para entender tudo do que se tratava, no fim percebi que esta acusação era sobre uma brincadeira na abertura do programa do Danilo Gentili que foi tudo combinado de uma maneira informal, onde eu participei, aliás, como convidado, em 2016”, afirmou.
Mesquita disse que vai tomar providências para se defender, mas reconhece que a “brincadeira pode ter sido indevida”.
“Tomarei as medidas aqui para defesa da minha honra e também da minha família, porque, afinal de contas, minha ex-mulher na época estava na plateia com o meu filho. Como eu ia fazer uma bobagem dessa”, e completou:
“Sinto muito, se exagerei na brincadeira, agora vendo o vídeo com o olhar dos tempos atuais, sei que não repetiria isso, né? Naquela época podia brincar muito, mas enfim. A distância entre o que aconteceu no palco e um estupro é gigantesca mesmo, é absurdo isso”, finalizou.
O Artigo 213 do Código Penal tipifica como crime de estupro “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena para este crime é de 6 a 10 anos de prisão. Também são crimes relacionados:
O ocorrido em questão https://t.co/HYqc4vsWo9 pic.twitter.com/BOOwyszC1F
— Otavio (@otavi0XI) March 27, 2025