O presidente norte-americano Donald Trump reiterou nesta sexta-feira (28) seu posicionamento sobre a necessidade de os Estados Unidos assumirem o controle da Groenlândia, comentando a visita de seu vice-presidente J.D. Vance ao território ártico.
“A Groenlândia é sobre a paz mundial. Precisamos da Groenlândia. É muito importante para a segurança internacional. Se você olhar para as hidrovias, verá que há navios chineses e russos por todo lugar… Não estamos contando com a Dinamarca ou qualquer outro país para cuidar dessa situação”, afirmou a repórteres na Casa Branca.
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As declarações coincidiram com a visita de Vance à base militar e espacial americana em Pituffik, localizada no norte da ilha que pertence à Dinamarca. Acompanhado por sua esposa Usha, pelo conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz e pelo secretário de Energia Chris Wright, o vice-presidente fez um breve discurso para as tropas americanas estacionadas na base.
Durante um almoço com militares, Vance expressou seu “verdadeiro interesse pela segurança no Ártico”. A visita, originalmente planejada para incluir um evento cultural com corrida de cães de trenó, foi reduzida apenas ao encontro militar após protestos locais e a recusa de autoridades groenlandesas e dinamarquesas em receber a delegação.
O episódio ocorre no momento em que uma nova coalizão governamental na Groenlândia reforça os laços com a Dinamarca. Duas semanas antes, todos os partidos do parlamento groenlandês haviam se unido para condenar as declarações de Trump, classificando-as como “inaceitáveis” em documento oficial.
A tensão aumentou após Trump declarar em entrevista ao podcaster Vince Coglianese que os EUA “precisam ficar” com a Groenlândia, citando sua importância estratégica contra ameaças russas e europeias, além de seus recursos naturais. Apesar de sua autonomia, a ilha permanece sob soberania dinamarquesa enquanto discute um possível processo de independência.
“Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela”, afirmou. “Odeio colocar dessa forma, mas temos que ficar com ela”, disse Trump, na ocasião.
A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen e o premiê groenlandês Mute Egede criticaram veementemente a visita não solicitada, caracterizando-a como pressão indevida e interferência estrangeira, respectivamente. Egede chegou a recusar um encontro com a delegação americana.