A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, foi condenada nesta segunda-feira (31) por desvio de fundos públicos, recebendo uma pena que a torna inelegível por cinco anos e pode impedi-la de concorrer à presidência em 2027, a menos que consiga reverter a decisão em recurso. O veredito representa um duro golpe para a chefe do partido Reunião Nacional (RN), que liderava as pesquisas para a próxima eleição presidencial.

O caso envolve o desvio de mais de 4 milhões de euros de verbas do Parlamento Europeu para pagar funcionários do partido na França. Le Pen e outras duas dezenas de integrantes do RN alegaram que o uso do dinheiro era legítimo, mas a juíza Bénédicte de Perthuis considerou que a política estava “no centro” do esquema. Além da inelegibilidade, ela recebeu uma pena de quatro anos de prisão (dois deles em regime condicional) e multa de 100 mil euros, mas permanece livre enquanto recorre.

Veja também
Vale tudo por engajamento? Políticos escorregam na trend do Studio Ghibli

A decisão deve acirrar o debate na França sobre a influência do Judiciário na política. Le Pen, que perdeu as eleições para Emmanuel Macron em 2017 e 2022, vinha buscando moderar sua imagem para ampliar o apoio ao RN, hoje o maior partido na Assembleia Nacional. Analistas veem a condenação como um momento crucial, com potenciais impactos em todo o cenário político francês.

Com a possível exclusão de Le Pen da disputa de 2027, a liderança do partido deve recair sobre Jordan Bardella, seu braço direito de 29 anos. Apesar de seu sucesso entre eleitores jovens, especialistas questionam se ele terá apelo suficiente para levar o RN à vitória. O processo de recurso pode se estender por anos, mas a inelegibilidade já está em vigor, a menos que seja anulada antes da eleição. Enquanto isso, Le Pen mantém seu mandato como deputada.

Com informações da Agência Brasil.