Em novo ataque na madrugada desta segunda-feira (7), as Forças de Defesa de Israel (FDI) bombardearam um acampamento de jornalistas localizado próximo ao Hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. O incidente ocorre em meio a denúncias de que Israel estaria promovendo um “apagão informativo” no território palestino – mais de 200 profissionais de imprensa já foram assassinados pelo exército israelense desde o início do conflito, segundo organizações de defesa da liberdade de imprensa.
O bombardeio israelense ao acampamento de imprensa em Khan Yunis resultou na morte de um jornalista e um civil, além de deixar nove profissionais da mídia gravemente feridos, conforme informou o Sindicato de Jornalistas Palestinos.
Cenas chocantes do ataque, que mostram a tenda dos repórteres sendo consumida pelas chamas com profissionais ainda no interior, circulam amplamente nas redes sociais. As imagens registram o momento em que a estrutura é atingida e rapidamente incendiada, com vítimas tentando escapar das chamas.
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“O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou fortemente, nos termos mais severos, esse massacre terrível, que custou a vida do jornalista Helmi Al-Faqaawi (Palestine Today TV), como resultado do bombardeio da tenda que pegou fogo”, disse a entidade de classe.
As FDI justificaram o ataque ao acampamento jornalístico afirmando que um dos profissionais feridos, identificado como Aslih, seria membro da Brigada do Hamas em Khan Yunis e teria participado dos ataques de 7 de outubro. Esta não é a primeira vez que Israel associa jornalistas mortos ao grupo militante – na semana passada, Hossam Shabat, repórter de 23 anos da Al-Jazeera, foi alvejado por um drone e acusado de pertencer ao Hamas.
“As FDI atacaram o terrorista do Hamas Hassan Abdel Fattah Mohammed Aslih na área de Khan Yunis, que opera sob o disfarce de jornalista e é dono de uma empresa de imprensa”, disse o Exército israelense, sem apresentar provas.
Organizações como Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) contestam as alegações israelenses, classificando-as como “infundadas” e “sem evidências concretas”.
Desde a retomada dos bombardeios em 18 de março, após dois meses de relativa calmaria, os ataques israelenses já deixaram 1.300 mortos e 3.400 feridos em Gaza. Dados do Ministério da Saúde local revelam que, apenas nas últimas três semanas, 505 crianças perderam a vida e outras 1.200 foram feridas no conflito.
O Hospital Nasser, onde os jornalistas estavam acampados, vem funcionando no limite de sua capacidade desde o início da ofensiva militar israelense. A comunidade internacional tem alertado para a gravidade da crise humanitária na região, onde a população civil enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e abrigo seguro.
Com informações da Agência Brasil.