A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (16) a Operação Teatro Invisível 2, para desarticular uma organização criminosa suspeita de obstrução da justiça, caixa dois, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, foi formada uma rede de desinformação que atuava no Rio de Janeiro em períodos eleitorais.
Os atores contratados para encenar diálogos em locais de grande circulação a fim de influenciar o eleitorado foram pagos com o dinheiro público de contratos de serviços inexistentes. A investigação busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados nas cidades de Cabo Frio, em Itaguaí, Mangaratiba, no Rio de Janeiro e em Juiz de Fora. A Justiça determinou ainda o bloqueio de cerca de R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas.
O prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), é um dos alvos. Também têm mandados de busca dois candidatos a prefeito derrotados em 2024: o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que concorreu em São João de Meriti, e Aarão (PP), postulante em Mangaratiba. Rubão (Podemos), que disputou sub judice em Itaguaí, ficou em 1º, mas foi impedido de tomar posse, é outro alvo.
A ação é desdobramento da primeira fase da Operação Teatro Invisível, deflagrada em 12 de setembro de 2024, e decorre da análise do material então apreendido.
As investigações revelaram, ainda, que o grupo promoveu a destruição de provas, guardadas principalmente em meios digitais, que poderiam incriminar seus integrantes. Também há, segundo a PF, provas contundentes de lavagem de dinheiro, por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie e aquisições de bens de alto valor.
Também foram identificados indícios de uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral para beneficiar candidatos nas eleições de 2024. Alguns investigados seriam proprietários de empresas envolvidas em fraudes licitatórias nos municípios de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti.
A segunda fase da Operação Teatro Invisível investiga como as encenações eram financiadas. De acordo com as investigações, os atores recebiam pagamentos por meio de contratos genéricos firmados entre prefeituras e as oito empresas envolvidas no esquema.
“Há novas provas contundentes de atos de lavagem de dinheiro praticados de maneira sistemática pela organização criminosa. O esquema incluía transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com vasta atividade econômica e a aquisição de bens de alto valor”, descreveu a PF.
Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 27 anos de reclusão.
Com informações de Polícia Federal, Agência Brasil e Portal g1.