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Conheça Robert Sarah, cardeal cotado para substituir o Papa Francisco em caso de virada conservadora da Igreja
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O Papa Francisco marcou a Igreja Católica em seus doze anos de papado com posições em defesa dos direitos humanos e de acolhimento, como a permissão de bênçãos a casais do mesmo sexo. Por conta dessa postura foi duramente criticado. Após sua morte, a Igreja Católica começa o processo de sucessão para escolha de um novo pontífice. Em caso de uma virada conservadora, um nome já está na lista dos mais cotados: Robert Sarah.

Cardeal Robert Sarah (Foto: Reprodução/X)

O cardeal Robert Sarah é amplamente considerado um conservador dentro da Igreja Católica. Ele defende posições tradicionais em questões de moralidade sexual, família, liturgia e doutrina, opondo-se a temas como ideologia de gênero, casamento homossexual e aborto, que ele descreve como parte de um “colonialismo ideológico ocidental”.

Sarah também promove práticas litúrgicas mais tradicionais, como a missa “ad orientem” (com o sacerdote voltado para o altar) e a liturgia tridentina em latim, criticando o que vê como modernizações excessivas que ameaçam a essência da fé católica.

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Em seus livros, como “Deus ou Nada” e “A Força do Silêncio”, ele enfatiza a necessidade de retornar às raízes da fé e critica o secularismo e o relativismo. Sua postura contrasta com a abordagem mais inclusiva do Papa Francisco, gerando tensões e posicionando-o como uma figura de destaque entre os setores conservadores da Igreja.

Nascido em 15 de junho de 1945, em Ourous, Guiné, o cardeal Robert Sarah é uma figura proeminente na Igreja Católica, conhecido por suas posições conservadoras e influência no cenário eclesiástico global.

Biografia e Carreira

  • Origem e Formação: Nascido em uma família de origem humilde e não cristã, converteu-se ao catolicismo na infância. Estudou em seminários na Guiné, Costa do Marfim e Senegal, e completou sua formação teológica em Roma e Jerusalém.
  • Ordenação e Episcopado: Ordenado sacerdote em 1969, tornou-se bispo de Conacri em 1979, aos 34 anos, sendo o mais jovem bispo do mundo na época, nomeado pelo Papa João Paulo II.
  • Cardinalato: Foi elevado a cardeal-diácono pelo Papa Bento XVI em 2010, com o título de São João Bosco na Via Tuscolana.

Cargos na Cúria Romana

  • Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos (2001-2010).
  • Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum (2010-2014), responsável por obras de caridade.
  • Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (2014-2021), nomeado pelo Papa Francisco, onde defendeu a liturgia tradicional.

Posições e influência

Sarah é conhecido por suas visões conservadoras, defendendo a doutrina católica tradicional em temas como casamento, sexualidade, família e liturgia. Ele critica o secularismo, o relativismo moral e o que chama de “colonialismo ideológico” do Ocidente, especialmente em questões como ideologia de gênero e aborto. Advoga por uma liturgia mais reverente, promovendo a missa em latim e a celebração “ad orientem”. Seus livros, como Deus ou Nada (2015), A Força do Silêncio (2016) e O Dia Agora Está Terminando (2019), ganharam grande repercussão, sendo elogiados por católicos conservadores e criticados por progressistas.

Relação com o Papa Francisco

Embora nomeado para cargos importantes por Francisco, Sarah frequentemente expressou discordâncias com a abordagem mais pastoral e inclusiva do papa, especialmente em temas como sinodalidade e abertura a questões modernas. Essas tensões o tornaram uma figura polarizadora, admirada por tradicionalistas e vista com reservas por setores mais liberais.

Atualidade

Desde que deixou a Congregação para o Culto Divino em 2021, Sarah permanece ativo como escritor e conferencista, sendo uma voz influente no debate sobre o futuro da Igreja. Ele é frequentemente mencionado como um possível candidato em futuros conclaves, embora sua idade (79 anos em 2025) e perfil conservador possam limitar suas chances em um colégio cardinalício diversificado.

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