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iFood anuncia reajuste para entregadores; valores ainda desagradam a categoria
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Em resposta às crescentes pressões da categoria, o iFood anunciou nesta terça-feira (29) um reajuste nos valores mínimos pagos aos entregadores e uma expansão na cobertura de benefícios sociais. As mudanças, que entram em vigor em 1º de junho, buscam melhorar as condições de trabalho na plataforma, mas ainda ficam aquém das principais reivindicações dos trabalhadores.

A partir do próximo mês, os profissionais que utilizam carros ou motos receberão R$ 7,50 por entrega (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A partir do próximo mês, os profissionais que utilizam carros ou motos receberão R$ 7,50 por entrega – um aumento de 15,4% em relação aos atuais R$ 6,50. Para os ciclistas, o valor mínimo passará a ser R$ 7,00, representando um incremento de 7,7%. A empresa destacou que os ajustes superam a inflação medida pelo INPC (4,83% em 2024), mas os entregadores continuam exigindo uma taxa mínima de R$ 10 por corrida.

Ampliação da proteção social

Além do reajuste nos valores das corridas, o iFood promoveu significativas mudanças em seu programa de proteção social. A Diária de Incapacidade Temporária (DIT), benefício pago em caso de afastamento médico, terá sua cobertura ampliada de 7 para 30 dias. A indenização por morte ou invalidez permanente foi reajustada de R$ 100 mil para R$ 120 mil.

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O pacote de benefícios inclui ainda cobertura total de despesas médicas e hospitalares em rede credenciada, auxílio funeral, apoio psicológico e financeiro para as famílias em casos de falecimento, além de bolsa-educação para os filhos dos entregadores até os 18 anos de idade.

Protestos e reivindicações

Os anúncios ocorrem em meio a uma onda de protestos por melhores condições de trabalho nos aplicativos de entrega. Na última sexta-feira (25), entregadores realizaram manifestações no Rio de Janeiro, reforçando demandas históricas da categoria. Entre as principais reivindicações estão o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida, aumento do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50 (atualmente R$ 1,50) e a criação de bases de apoio para descanso.

Johnny Borges, diretor de impacto social do iFood, afirmou que as mudanças não impactarão os preços cobrados dos clientes finais nem as taxas pagas pelos restaurantes parceiros. “É importante equilibrar o ecossistema para não causar um choque na oferta e demanda”, explicou. A empresa manteve inalterado o valor pago por distância percorrida, cujo último reajuste ocorreu em 2022.

Contexto regulatório

As manifestações dos entregadores ocorrem paralelamente ao debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos. Relatórios internacionais, como o “Fairwork Brasil 2023”, têm apontado a precariedade das condições de trabalho na economia de plataformas. Os trabalhadores destacam jornadas exaustivas, remuneração insuficiente e falta de garantias trabalhistas como problemas estruturais do setor.

Embora reconheçam os avanços anunciados, os representantes da categoria afirmam que as medidas ainda são insuficientes para garantir condições dignas de trabalho. A mobilização continua com o objetivo de pressionar tanto as plataformas quanto o poder público por mudanças mais profundas no modelo de atuação dos aplicativos.

Com informações do portal g1.

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