Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
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A volta de quem nunca saiu do Centrão
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(Foto: Reprodução/Twitter/@plnacional_)

Oportunamente eu sempre falava que haviam esquecido que o presidente Jair Bolsonaro (agora no PL) caminhava sem partido e que isto poderia ser um trunfo na manga para uma próxima campanha. A bem da verdade é que foram tantos os problemas vividos neste país nos últimos dois anos, sem falar dos problemas do governo propriamente, que um presidente sem partido não causava curiosidade a ninguém. Eis que finalmente o presidente tem um novo partido, o nono de sua trajetória política.

O atual presidente foi eleito em 2018 estando filiado ao PSL, mas com pouco tempo de governo abandonou o partido em 2019 e vinha até agora sem vinculação partidária. Isso poderia (se não foi) ter sido utilizado de maneira inteligente a favor do presidente em várias oportunidades. Após sua desvinculação, tentou emplacar um novo partido: a Aliança pelo Brasil, projeto frustrado. Seguiu-se livre e sem causar maiores repercussões senão algumas desavenças entre seus antigos aliados de partido.

Mas quem é o PL? Nos últimos anos o Partido Liberal engajou-se no governo Lula, fazendo um vice-presidente, o empresário José de Alencar. Este mesmo partido também entrou para as notícias com o escândalo do mensalão. Costa Neto, atual presidente do PL, foi preso em 2012 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão, além de ser réu na Lava Jato. O envolvimento no mensalão levou a legenda a se repaginar como PR (Partido da República), nome que perduraria até 2019, quando voltou a ser PL. O escândalo, ainda assim, não significou um racha com o PT. É bem verdade que a relação esfriou no segundo governo Lula, mas o partido se coligou com a chapa de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. Sob Dilma, o ainda PR foi agraciado com o Ministério dos Transportes, até que estourou a crise dos Transportes, primeiro caso suspeito de corrupção do governo Dilma, que culminou com afastamento do ministro Alfredo Nascimento do então PR.

O novo partido do presidente é uma das siglas mais implicadas na história recente do país e, esta escolha vai necessariamente contra o discurso do presidente contra a velha política, o toma-lá-dá-cá e a moralidade. Os bolsonaristas terão de se esforçar para explicar essa opção. Fica claro que o movimento de Bolsonaro em direção ao PL é um casamento de conveniência. O presidente precisa de estrutura partidária e tempo de TV se quiser disputar com chances a reeleição. Por outro lado, o PL e o Centrão também buscam crescimento. O Centrão mostra sua força e deixa o recado de que é difícil governar o Brasil sem eles. O próprio presidente já confessou convenientemente que é Centrão. Seus eleitores que lutem para entender…

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