Chegamos aos últimos dias de 2021 já vivendo o que será 2022. Eu tenho dito em conversas com amigos que o ano de 2022 será “um inferno” neste país em relação às polarizações políticas que estamos prestes a enfrentar. Será mais um ano daqueles em que sairemos de grupos de whatsapp, amizades ficarão estremecidas, discutiremos com familiares e veremos juras de que se candidato A ou candidato B vencer, haverá uma debandada do país.
No contexto da filiação do presidente Bolsonaro ao seu novo partido (PL), muito se tem debatido sobre o pré-canditado Moro (Podemos), Dória (PSDB) e, talvez, o grande adversário do atual presidente, Lula (PT). Muitos têm apostado em uma terceira via, que tinha como nome forte Ciro Gomes (PDT), mas que não tem conseguido ganhar mídia nas últimas semanas frente aos já citados. Bolsonaro, aposta no PL para dialogar com o Centrão e diminuir sua rejeição que vem em crescente. Lula, por sua vez, após conversas e visitas a algumas regiões do país, partiu para o exterior, numa tentativa de demonstrar na Europa e, mais recentemente, na Argentina, sua aceitação e prestígio de outrora.
Os bolsonaristas compartilharam incansavelmente a votação popular que ocorreu através do site da revista norte-americana Time e elegeu o presidente do Brasil como a personalidade do ano. Entretanto, dias depois, a mesma revista lançou a capa com o escolhido da equipe editorial: Elon Musk. Não sobraram críticas dos partidários de Bolsonaro à revista que não teria respeitado a votação popular.
Do outro lado, em suas viagens internacionais, Lula parece ter sido bem recepcionado. Aparentemente, a rejeição dos estrangeiros a Bolsonaro é maior que a de Lula. O ex-presidente chegou a ser recebido por autoridades, discursou no Parlamento Europeu onde foi aplaudido de pé, além de ter sido ovacionado pela grande massa que se concentrava na Praça de Maio em evento que contava com Pepe Mujica (ex-presidente do Uruguai), Cristina Kirchner (ex-presidente da Argentina) e Alberto Fernandez (atual presidente da Argentina). O que devemos observar aqui é a reação externa à possível candidatura de Lula que aparentemente ajuda a recuperar a imagem do Brasil no exterior, isto poderia ser entendido como um triunfo diplomático inesperado.
No final das contas, entretanto, não são os cidadãos estrangeiros que irão decidir as eleições de 2022, mas sim os cidadãos brasileiros espalhados por todo o mundo. Muita água haverá de passar entre o que vivemos em Dezembro de 2021 e o que ocorrerá em Outubro de 2022. Falta menos de um ano, “Alea iacta est” (os dados estão lançados)…