Foi um golpe duro a notícia da morte do colega Alexandre Nunes, que morreu na madrugada do dia 12 deste mês, vítima de covid-19. Homem bom, que fazia questão de tratar a todos com doçura. Como bem pontuou o governador João Azevêdo, Alexandre Nunes foi repórter por excelência.
Soube da partida do amigo por meio das redes sociais de sua filha Anézia, de quem também fui colega de redação no jornal A União, com um dia de atraso. Mesmo que tivesse sabido a tempo, a pandemia impediria qualquer despedida.
Leia também
Secretário de Saúde faz alerta sobre a covid-19 em Campina Grande
Quem teve covid-19 pode se reinfectar pelo vírus, diz Fiocruz
Nunes, como era chamado entre os colegas de trabalho, era referência no meio jornalístico, principalmente entre os profissionais daquele jornal centenário. E quando referendamos que Alexandre Nunes foi repórter por excelência, não se trata do tipo de homenagem póstuma vazia, que se encerra pelo motivo do elogio. A menção é mais do que merecida.
Dava gosto ver o brilho nos olhos de Nunes sempre que recebia uma pauta. Em tempos de notícias instantâneas, superficiais, Nunes era um contraponto, exemplo tanto para jornalistas em formação, quanto para os que já estão no batente. Dispensava conversar com entrevistados por telefone, mensagem de whatsapp ou e-mail. “Vou lá ouvir o que ele tem a dizer”, e aconselhava que esta era a melhor forma de se fazer uma entrevista. Estava mais do que certo.
Além do texto primoroso, Nunes reunia demais qualidades de um repórter. Era inquieto, curioso, gostava de apurar a notícia, trazer mais detalhes. E apesar de tanta experiência e uma carreira sólida construída, era humilde, gostava de ensinar, compartilhar informações e contatos. Aprendi muito com Nunes no jornal A União.
Como ser iluminado que era, sempre dedicado à caridade, tenho certeza que cumpriu sua missão na Terra. Parte para outros planos, seguindo seu trabalho de ensinar e fazer o bem.
Vai em paz, meu amigo! Saudade e memória são alentos nestes tempos tão difíceis.