Foi grande o susto na tarde de hoje (26) logo que o governador João Azevêdo (PSB) confirmou como vice de sua chapa à reeleição o vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro (PP). Surpresa alguma no nome de Lucas, na verdade já era esperado. O dito ‘susto’ se deu na carência argumentativa de pessoas que se dizem de esquerda e partiram para o ataque ao vice de João, como se o governador agora estivesse mais ‘à direita’ em virtude de sua escolha. Muitos dos que atacaram João nas redes sociais são apoiadores de Veneziano Vital do Rêgo (MDB), seu adversário na corrida ao Palácio da Redenção.
Convido à reflexão antes do ataque: quem dos dois, entre Vené e João, é o candidato mais à esquerda?
E aqui não vamos nem puxar o histórico político emedebista de tudo o que fez o irmão Vitalzinho na condução da CPI da Petrobras, ou do próprio voto de Veneziano enquanto deputado federal para contribuir com o golpe contra Dilma Rousseff. Isso tudo aí é passado, morreu. Vamos falar somente da conjuntura atual.
Com quem anda Veneziano? Só com gente da esquerda? Eu vejo Veneziano com vários prefeitos de direita, como o de Cabedelo, Vitor Hugo; com figuras como Mikika Leitão; e ainda encangado com o filho de Cícero, Mersinho Lucena, que de lulista não tem nada.
E não tem problema algum que Veneziano ande junto com todos os ‘direitosos’ da Paraíba. O momento é mesmo de construir alianças para enfrentar Jair Bolsonaro e restabelecer o ambiente democrático na política brasileira.
Entre João e Veneziano, vejo dois políticos do campo progressista, ambos trabalhando para eleger Lula na Presidência da República e construindo alianças locais com esquerda, centro e direita, da forma que podem, cada qual tendo como prioridade fortalecer seu projeto pessoal.
Se o eleitor vai questionar alguma aliança, que seja pelo motivo político das propostas, do projeto futuro. Desqualificar o adversário como se o seu fosse mais à esquerda não tem coerência alguma. Sendo este o argumento, então nenhum dos quatro principais candidatos é de esquerda.
E para a dita esquerda que ainda divaga, uma só pergunta encerra o devaneio: E o vice de Lula?