Num golpe de sorte, eis que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), está com a melhor avaliação desde o início do seu governo. Sim, é sorte. A imagem positiva não se deu em decorrência do desastre que tem sido o governo federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, à catástrofe ambiental, ou à política econômica. O resultado vem do auxílio emergencial, que ele primeiramente nem queria. Depois, propôs o valor de R$ 200, e somente por conta do Congresso Nacional o socorro para quem se viu sem nada chegou no valor mínimo de R$ 600. Diante desta popularidade e com a proximidade do pleito eleitoral, candidatos buscam eleitor de Bolsonaro, mas empurram para debaixo do tapete as suspeitas de corrupção.
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É certo que o presidente até mandou dizer que não irá declarar seu apoio a ninguém. No entanto, são muitos os candidatos que buscam o eleitor de Bolsonaro. Não só aquele que efetivamente votou em Bolsonaro, ou que ainda o defende com unhas e dentes, apesar de tudo. Os candidatos conservadores que não têm nem propostas, nem histórico de trabalho útil na política, assim como foi Bolsonaro em 2018, ainda desejam surfar na onda do “combate à corrupção” e pregam o “vote em mim para mudar tudo isso que está aí”.
Esquecem que em dois anos muita coisa mudou. Se em 2018 as principais acusações contra Jair Bolsonaro eram referentes à sua falta de competência, sua inabilidade política e sua postura violenta, mentirosa e anti-humanitária, hoje em dia são muitas as suspeitas de corrupção envolvendo o presidente e sua família.
Portanto, vale a pena cobrar dos candidatos bolsonaristas e autoproclamados honestos que, se são tão limpos assim, não se misturem. E se são limpos mesmo e um dia apoiaram o presidente Jair Bolsonaro, que agora deem a cara à tapa. Perguntem publicamente, em seus perfis nas redes sociais, por que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil do Queiroz? É uma pergunta batida, mas que continua sem resposta.