O que pensa o Termômetro da Política
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Cartaxo, o rejeitado
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A última pesquisa para prefeito de João Pessoa divulgada pelo sistema Paraíba de Comunicação e realizada pelo Instituto Quaest reafirmou o favoritismo de Cícero Lucena (PP) com 49% das intenções de voto. Bem atrás aparece o deputado federal Ruy Carneiro (POD), com 14%, seguido por Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL), empatados com 11%.

Por essa estimativa o prefeito Cícero Lucena sairá vitorioso já no primeiro turno. Mas alguns dados chamam a atenção nos números do ex-prefeito Luciano Cartaxo, tanto em relação a intenção de votos, como, principalmente no quesito rejeição.

Luciano Cartaxo teve apoio de Ricardo Coutinho (à direita) na manobra para conseguir sair candidato (Foto: Reprodução/Instagram)

Inicialmente, vale lembrar que Cartaxo só conseguiu ser candidato depois de uma manobra patrocinada em conjunto com o ex-governador Ricardo Coutinho e o deputado federal Luiz Couto. Os filiados do PT em João Pessoa tinham preferência declarada pela candidatura da deputada Cida Ramos, que sofreu esse golpe partidário após uma intervenção da direção nacional do partido.

A justificativa era que Cartaxo teria mais competitividade, o que pelo jeito não passava de uma suposição ou manipulação de dados com intuito de justificar sua candidatura, mesmo sem apoio dos filiados, que nunca engoliram seu retorno ao PT. A pecha de traidor, de quando saiu do partido acusando Lula e Dilma de corruptos, foi reforçada agora após um novo golpe que derrubou a única candidata mulher que disputaria a prefeitura de João Pessoa, a deputada Cida Ramos.

O mais impressionante é que pelos números da pesquisa Quaest, Cartaxo tem menos votos que antes do início da campanha e, também, menos do que fora aferido à deputada Cida Ramos na pré-campanha. Mas existe um dado ainda pior: pela mesma pesquisa, o ex-prefeito Luciano Cartaxo é virtualmente inelegível, já que 51% dos entrevistados afirmaram que jamais votariam nele. Uma taxa de rejeição que supera as possibilidades de vitória.

Entre as possibilidades para uma rejeição tão alta está a estratégia da campanha de Luciano Cartaxo parecer mais um projeto de ressurreição do ex-governador Ricardo Coutinho, sem contar o fato da sua vice ser esposa do mesmo e pouco ter agregado politicamente à chapa. Até aqui, a principal contribuição de Amanda tem sido arrumar confusões dentro do PT.

O deputado Luiz Couto, que foi um dos que patrocinaram o golpe contra a candidatura de Cida Ramos, apareceu tão sem empolgação no guia de Cartaxo que talvez fosse melhor ficar escondido. Para completar, a propalada participação de Lula se limitou a uma frase pedindo para votar em Luciano Cartaxo. Algo tão protocolar, que até os mais apaixonados petistas ficam na dúvida se o pedido de Lula é realmente pra valer.

Por fim, caso a campanha continue nos mesmos rumos, a trinca Cartaxo/Coutinho/Couto pode ser responsável por, mais uma vez, derrotar o PT e colocar o partido em prol de projetos pessoais. Nessa história, quem assiste de camarote suas previsões se concretizarem é o presidente estadual do partido, Jackson Macêdo, que antes da campanha começar disse que Cartaxo ficaria em quarto lugar e perderia de lapada. Veremos!

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