Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Cícero consolidado e adversários pífios: eleição em JP pode ser resolvida no 1º turno
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(Imagem: Reprodução/TV Cabo Branco)

A pesquisa Quaest divulgada nessa terça-feira (27) pela TV Cabo Branco/Rede Globo com os primeiros números da corrida eleitoral em João Pessoa só surpreendeu quem não acompanha a política na capital paraibana. Na estimulada, com 53% das intenções de voto, o prefeito Cícero Lucena (PP) caminha a passos largos para a reeleição, podendo chegar ao seu quarto mandato como prefeito de João Pessoa já no primeiro turno. O resultado consolida o trabalho do atual gestor, mas também expõe graves fragilidades dos adversários, que patinam em empate técnico na margem de erro. A situação de Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL) é desastrosa não somente por mérito de Cícero, mas também em decorrência de seus desastres pessoais.

A conta de Luciano Cartaxo chegou cedo. O golpe na instância local do Partido dos Trabalhadores articulado por ele e pelo ex-governador Ricardo Coutinho para ser candidato a todo custo, contra a decisão dos correligionários, só poderia resultar em uma candidatura fadada ao fracasso. João Pessoa teria com a deputada estadual Cida Ramos (PT) uma candidatura de esquerda, mas por capricho e arbitrariedade de Cartaxo e Coutinho, retiraram sob a força de um golpe a candidata para colocar no páreo quem não foi escolhido nem pelos seus. Com 12% das intenções de voto, Cartaxo amarga o resultado da desunião plantada por Ricardo Coutinho, mais uma vez rachando o PT de João Pessoa.

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Ruy Carneiro tinha tudo para acumular melhor resultado do que os atuais 11%. Depois do excelente resultado na eleição passada, vinha crescendo, ocupando espaços, pautando debates. Na ausência de um candidato mais progressista, seria o principal adversário de Cícero no segundo turno. Mas no meio do caminho havia o Caso Desk e uma condenação a 20 anos de prisão. Na queda, Ruy atirou no próprio pé, atacando a Justiça paraibana. Um gerenciamento de crise desastroso, desses de se inserir nos manuais como exemplo a não ser seguido.

Candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Queiroga bem que poderia largar com no mínimo 10% das intenções de voto, mas sua estratégia para início de campanha atrapalhou, a começar pelo vice, o pastor Sérgio Queiroz (Novo). Nada contra a escolha do pastor, pelo contrário, ambos somam perfis semelhantes e são oriundos do bolsonarismo raiz. O que não tem explicação é na hora de montar uma chapa pegar o mais forte e colocar na posição de subalterno. Pastor Sérgio já foi testado nas urnas, terminou a eleição de 2022 como o candidato mais votado em João Pessoa para o Senado Federal. Natural seria ele de cabeça e Queiroga de vice. Além do erro na escolha dos cargos, Queiroga e Queiroz conduzem a campanha de forma apática. Se ao menos seguissem o manual bolsonarista, com certeza estariam em posição melhor do que os atuais 7%.

Além de ser o candidato da situação, Cícero conduz uma gestão sem crises, com perfil de centro, sem candidato que seja mais progressista que ele, tampouco um adversário forte à direita. Contra opositores tão fracos, o Caboquin dispara.

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