Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
ads
Copom, o vampiro brasileiro
Compartilhe:
Brasília – 20/06/2023 Integrantes de centrais sincicais fazem protesto contra os juros altos em frente à sede do Banco Central. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária do Banco Central é o órgão que estabelece qual a taxa básica de juros e projeta perspectivas econômicas no Brasil. Basicamente, é função do Copom definir a Selic e divulgar o Relatório de Inflação. Parece pouco, mas são atribuições que impactam na vida de todos os brasileiros.

O comitê é composto por nove membros. Assim como o próprio Banco Central, é um conselho de banqueiros e em prol dos bancos. Toda e qualquer política do BC tem como balizador a saúde do setor financeiro. Pouco importa se empresas quebrem, pessoas fiquem desempregadas e a pobreza aumente, desde que os bancos ganham o máximo.

O Banco Central é um agente dos bancos dentro do estado, com mandato e independência. Nenhum outro órgão no Brasil goza de tamanho privilégio. O presidente do BC, apesar de não ter tido um voto, interfere na vida de todos e tem o poder de trabalhar contra o país e o governo que foi eleito pelo povo. É uma aberração democrática.

Apesar de todos os indicadores mostrarem que a economia brasileira volta à estabilidade, com inflação em queda, PIB em crescimento e valorização cambial, o Copom obriga o país a ter o juro real mais alto do mundo e dita para onde devem ir todos os recursos das famílias brasileiras. Parece exagero, mas não é.

Clique aqui e leia todos os textos de Anderson Pires

Se temos hoje, praticamente, 80% das famílias endividadas, quase todos os recursos excedentes terão como prioridade o pagamento de dívidas. O indexador desses débitos são os juros praticados no Brasil. Quanto maior for a Selic mais ganham os bancos. Enquanto existir alguma gota de sangue para ser drenada dos brasileiros, o Banco Central irá fazer a transfusão. O Copom age como um vampiro que mata empresas, empregos e o consumo.

Durante a pandemia, o governo Bolsonaro foi acusado de causar mais de quatrocentas mil mortes, por não ter comprado as vacinas desde o primeiro momento que estavam disponíveis. No caso do Copom, qual o impacto que irá gerar por não baixar a Selic no primeiro momento em que a economia mostrou recuperação e estabilidade? Em todo lugar se fala mal da taxa aplicada pelo BC. A situação salta aos olhos até de agências de risco internacional, que avaliam que o Brasil poderia estar em situação bem melhor se os juros fossem mais baixos.

Mas qual seria o motivo para o Copom manter a Selic inalterada? Seus membros são banqueiros. Os bancos estão batendo recordes de lucros, o trabalho deles é esse. A segunda questão é de ordem política. O Banco Central, em sua soberana independência, é a cunha que o bolsonarismo cravou no Brasil. É o freio de mão puxado para segurar um país que quer sair do atoleiro.

Não comprar vacinas na hora certa condenou muita a gente a morte. A Selic é a nossa pandemia financeira. Não existe fundamento algum para manutenção da taxa de juros brasileira. Assim como aconteceu com a Covid-19, o negacionismo atua contra a lógica econômica. Os terraplanistas do Copom negam os indicadores e trabalham contra o Brasil. Enquanto ainda sentirem cheiro de sangue irão atuar como vampiros em prol do setor financeiro.

Compartilhe:
Palavras-chave
copomselic