O médico cardiologista Marcelo Queiroga foi anunciado nesta segunda-feira (15) como substituto do general do Exército Eduardo Pazuello para a pasta da Saúde no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Admirador de Bolsonaro, Enéas, e defensor da incorporação de nova terapia para tratamento de covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS), o paraibano agora terá mais influência política como ministro do que teve enquanto fazia campanha na Câmara dos Deputados.
Natural de João Pessoal, Marcelo Queiroga cursou Medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e fez especialização em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Atua em hemodinâmica e cardiologia intervencionista e atualmente preside a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O maior desafio do novo escolhido do presidente Jair Bolsonaro é reduzir o impacto da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19 diante de um governo que não se planejou no tempo certo para compra das vacinas e agora, com quase 280 mil mortos pela doença, precisa correr atrás do prejuízo.
Ao contrario do presidente da República, ao menos Queiroga não precisa mudar seu discurso sobre a vacinação como principal medida de enfrentamento à covid-19. O paraibano sempre foi defensor da vacina e deixava isso muito claro nas redes sociais. São diversas as publicações em seu perfil no Twitter sobre a importância de se vacinar.
Não é de hoje que Marcelo Queiroga é fã de Jair Bolsonaro, e sua admiração ao presidente nunca foi segredo. Em julho de 2019, publicou a foto de um encontro entre Bolsonaro e Enéas, e classificou a imagem como “registro histórico do encontro de dois grandes brasileiros”.
Outro ponto interessante na carreira do ministro foi a tentativa de influenciar deputados para incorporação da terapia de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO – sigla em inglês para Extracorporeal Membrane Oxygenation) ao SUS.
Antes mesmo da pandemia de covid-19, em 2018, Marcelo Queiroga participou de audiência da Comissão de Seguridade Social e Família, na Câmara dos Deputados, em que defendeu a inclusão da terapia por ECMO no SUS. Em dezembro de 2020, em publicação no Twitter, ele relembrou sua participação na Câmara e voltou a defender a técnica, desta vez como alternativa para tratar pacientes com covid-19.
A ECMO consiste em um sistema externo composto por um conjunto de tubos, uma membrana de oxigenação artificial e uma bomba propulsora que funcionam para suporte pulmonar, cardíaco ou cardiorrespiratório, como se os órgãos funcionassem fora do corpo.
Queiroga é o quarto ministro a ocupar o cargo desde o início da pandemia de covid-19. Além de Pazuello, também foram ministros os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.