Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Errar 1 vez é humano, 2 vezes é o PT com Cartaxo
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Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho (Foto: Reprodução/Instagram)

Luciano Cartaxo diz em seu discurso de pré-campanha que o PT vai voltar a governar João Pessoa. A cara de pau do petista que volta após ter traído o partido nem treme. É verdade que o PT já governou João Pessoa, mas pelas mãos do próprio Cartaxo, que deixou a legenda no momento de maior fragilidade do Governo Dilma Rousseff, o PT não concluiu nem um ciclo de quatro anos. Naquela época a traição pegou todo mundo de surpresa. Ninguém esperava que Cartaxo fizesse o que fez, ainda mais jogando tão baixo, pois saiu alegando em coletiva de imprensa que “não seria responsabilizado pelos erros dos outros”.

Discordo que tenha sido erro do partido na primeira ocasião. A militância petista que mobilizou a cidade e trabalhou pela primeira eleição de Cartaxo não sabia que estava a defender um futuro traidor. Traidor e covarde, pois logo que se deparou com um problema, tratou de eliminar o partido e resolver seus interesses pessoais de poder. Foi exatamente em defesa de um projeto pessoal que Luciano Cartaxo voltou ao PT para se eleger deputado. Prometeu votos, mundos e fundos, mas como é de seu feitio prometer e não honrar compromissos, não entregou os votos e quase ficou de fora, só entrou pela média.

Intransigência, covardia e misoginia

A posição de diversos dirigentes petistas na Paraíba contra a pré-candidatura de Luciano Cartaxo para prefeito de João Pessoa não é pontuada à toa. Petistas paraibanos consideram um erro tático da legenda. Além de ser visto como traidor, Cartaxo se acovardou na disputa interna. Por saber que perderia a prévia partidária, se furtou do desafio de bater chapa com a deputada Cida Ramos e foi costurar um golpe contra a militância do partido pela via da Executiva Nacional. Para que seu ato máximo de intransigência pudesse ter êxito, Cartaxo se aliou ao ex-governador Ricardo Coutinho, a quem antes ele chamava de intransigente e até apelidava de “Rei Ricardo” (veja imagem abaixo), pelo conhecido autoritarismo do ex-gestor.

A história mostra como confiar em Luciano Cartaxo como um representante do campo progressista trata-se de um erro anunciado. Por duas vezes Cartaxo foi covarde: ao abandonar o partido e ao se esconder da disputa interna; por duas vezes Cartaxo foi intransigente: ao exigir que todos os seus secretários o acompanhassem na traição ao PT enquanto prefeito e ao sabotar o processo de escolha interna nas eleições deste ano; por duas vezes Cartaxo foi misógino: quando atacou injustamente a então presidente Dilma Rousseff e quando menosprezou politicamente a deputada Cida Ramos.

Como quem rouba a bola do parquinho para brincar sozinho, Cartaxo conseguiu o que queria, mas o resultado de sua intransigência, apesar da vitória parcial, terá o custo político de uma campanha que não representa o campo progressista. Como marionete de Ricardo Coutinho, Cartaxo será um candidato a serviço do rei que manipula o PT em prol de projetos pessoais e familiares, tendo como prova a sombra da esposa do “Rei” compondo a chapa de vice.

O PT erra ao apequenar o partido, mas talvez a tática seja essa mesmo, usar o espaço da legenda para fazer ressurgir o grupo de Ricardo Coutinho, tendo Cartaxo como marionete. Triste que façam uso de uma couraça ‘progressista’ para enganar os pessoenses e esconder os reais interesses não combinados nem com os petistas da capital.

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