É comum que um parlamentar tenha assessores para falar em seu nome nas publicações das redes sociais. Mas quem acompanha o trabalho do vereador pessoense Zezinho Botafogo (PSB) já não sabe mais se são humanos que falam por ele. Vazou nessa sexta-feira (20) uma publicação na rede X (ex-Twitter) em que o texto do comando ao ChatGPT (GPT-3.5) precede o que foi publicado.
Seria fraude ou esperteza do vereador? A prática não é criminosa, mas denuncia que o parlamentar é falso com a população, pois nem o “entusiasmo” que ele supostamente teria sentido foi verdadeiro, já que quem descreveu a sensação foi a inteligência artificial.
Para quem ousar defender que se tratou de transparência, digo que na verdade foi erro mesmo, pois a mesma publicação nas demais redes sociais do vereador aparece sem o comando.
A terceirização do diálogo com o público suscita outros debates sobre representação parlamentar. Quem confiou um voto a Zezinho Botafogo provavelmente escolheu uma pessoa, não um robô. Quais outras atribuições do cargo público ele entrega à inteligência artificial? Desse jeito fica fácil “trabalhar” pelo povo.