A cada semana que passa o bolsonarismo fica mais rachado. As novas denúncias contra o presidente da República trazem fortes indícios de que Jair Bolsonaro (sem partido) sempre foi adepto da prática da rachadinha ao longo de sua trajetória como parlamentar.
Quem diria, não é mesmo?
Com as suspeitas do superfaturamento para compra da vacina Covaxin e, agora, das rachadinhas, é fato que este é o momento em que o nome do presidente está mais associado ao termo corrupção desde o início do seu mandato no Palácio do Planalto.
Rachadinha, na verdade, é quase termo técnico. A prática de contratar um servidor para atuar no gabinete parlamentar e cobrar-lhe de volta parte do salário na verdade é apenas roubo mesmo, trocando em miúdos.
Se ficar comprovado que praticou rachadinha, Bolsonaro terá sobre si a alcunha de ladrão.
A de vagabundo, que a ele sempre fora atribuída em decorrência de sua pífia atuação parlamentar ao longo de quase 30 anos no Congresso, apenas será explicada. Em vez de gastar o dinheiro destinado à contratação de pessoal técnico qualificado para melhorar a atuação de seu mandato, Bolsonaro teria embolsado a grana de volta.
Mas não é só isso. Não é só a corrupção, a suposta propina em cada dose da Covaxin, ou a vadiagem da vida inteira como um parlamentar inútil. É preciso o cobrar do presidente Bolsonaro cada vida ceifada na pandemia por culpa de sua gestão. Das mais de 500 mil mortes, cerca de 400 mil poderiam ter sido evitadas.
A mobilização contra Bolsonaro no último sábado (3), em João Pessoa, foi certeira ao colocar na conta do presidente as mortes pela covid-19.
A popularidade de Bolsonaro derrete, sua imagem está associada à corrupção, e a pressão pelo impeachment só cresce.
Confira abaixo o emocionante registro em vídeo do protesto, feito pela comunicóloga e assistente social Raphaela Ramalho.