Escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV).
Escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV).
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Jamais aposentar-se da vida
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(Foto: Leila Tonin/LBV)

Em primeiro de outubro comemoramos o Dia Internacional das Pessoas Idosas. Por oportuno, apresento-lhes trechos de meu editorial na 24a edição da Revista LBV (Jan/Fev. de 1992), publicado anteriormente na década de 1980, pela Folha de S.Paulo, em que exaltamos os jovens da Melhor Idade: 

Vivemos época de constante progresso material. Entretanto, não se verifica o correspondente avanço no campo da ética e do Espírito. Resultado: males como a fome, a violência e o desrespeito à Natureza perduram. E lamentavelmente as pessoas da terceira idade também são atingidas pela frieza dos sentimentos humanos. 

É verdadeiro crime não se reconhecer o valor dos Irmãos idosos. Neste período da vida, mais do que nunca se fazem merecedores do carinho e da solidariedade dos mais moços, num justo reconhecimento à contribuição que legaram à sociedade. 

Na LBV, não acreditamos em velhice como sinônimo de coisa deteriorada. Ninguém é velho quando tem um bom e grande Ideal. Pode não mais carregar um piano, não mais passear de motocicleta. Se possui, porém, ânimo dentro de si, é jovem. As pessoas a certa altura da vida precisam, com raras exceções, aposentar-se de seus empregos, mas não o devem fazer com relação à vida. Devem ir à luta enquanto puderem respirar. 

A Legião da Boa Vontade mantém com o seu extenso trabalho de promoção humana e social Lares de amparo aos velhinhos e espaços saudáveis de convivência. Neles, os vovôs e as vovós são tratados com muito Amor e, o que é melhor, aprendem que nunca é tarde para colaborar com suas experiências, em prol de uma humanidade mais feliz, pois é a força dos bons exemplos que inspira as novas gerações a vencerem os obstáculos da existência terrena. (…) 

Pode parecer um paradoxo. Todavia, o país que desampara os seus idosos não crê no futuro da sua mocidade. Que é a nação, além de seus componentes? Havendo futuro, os moços envelhecerão. Viverão mais. Contudo, também irão aposentar-se… Uma convicção arraigada do gozo imediato das coisas é a demonstração da descrença no amanhã. E há os que ainda moços pensam: “Vamos viver agora, antes que tudo acabe! E os que conseguiram resistir tanto, que se danem…” Não há exagero algum aqui. É o que também se vê. Tem-se a impressão de que alguns daqueles que desfrutam do vigor da juventude ignoram a possibilidade de alcançar a decrepitude. Mas poderão chegar lá… Não existe futuro sem moços. Também não o há sem os idosos. 

Temos de aliar ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços. (…) 

Lutamos por um mundo que ofereça oportunidades para todos. E isto não é impossível. Impossível é continuar como está: a terrível paisagem das Almas ressequidas pela indiferença ao Amor de Deus, como os ossos secos da visão do livro do Profeta Ezequiel, 37:1 a 14. O nosso planeta tem de receber o sopro espiritual da Vida, pois é rico e muito amplo, com espaço suficiente para todo mundo. (…) 

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