A fala do governador João Azevêdo no ato de filiação do deputado estadual Anísio Maia ao PSB foi contundente. O evento realizado nesta sexta-feira (1), em João Pessoa, marcou a chegada do parlamentar no partido após a perseguição da Executiva Nacional do PT que resultou em sua suspensão, tudo por conta de uma disputa local contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), em 2020. A punição impediria a candidatura de Anísio pelo Partido dos Trabalhadores, por isso a necessidade de trocar de partido.
Era esperado que houvesse à mesa reações contra a perseguição sofrida por Anísio. Surpreendeu a postura do governador João Azevêdo por ter ido além do embate. João se mostrou maduro, conciliador, e firme no ponto que deve ser, nesse caso contra seu ex-aliado e agora adversário, Ricardo Coutinho.
Em primeiro lugar, todo mundo sabe que João é Lula, pois o governador vem alardeando apoio ao candidato petista à Presidência da República não é de hoje. Mas na fala desta manhã, João colocou a eleição de Lula acima da própria reeleição. “Eleição de Lula é mais importante que eleição de um estado, porque ela vai devolver a um país a esperança que este país precisa”, disse o governador da Paraíba.
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Outro ponto que chamou atenção no discurso de João foi a liberdade oferecida a Anísio para que ele pudesse voltar ao PT quando o clima fosse favorável. João deixou claro que não haverá perseguição, e que Anísio, agora no PSB após 42 anos de vida política no PT, poderá voltar sem problemas.
Diante de uma plateia composta por petistas históricos, João Azevêdo defendeu ainda que os membros que estão no PT e discordam da arbitrariedade cometida contra Anísio possam continuar por lá, debatendo e lutando pela democracia do partido.
“Muitos de vocês permanecerão no PT, e é importante que permaneçam, para fazerem o debate. Eu não vou aqui fazer convocatória para que todos venham para o PSB”, disse João.
Sobre Anísio, o governador João Azevêdo fez questão de ressaltar as afinidades políticas entre os dois. “Nossos ideais são os mesmos. Política pra mim é fazer política de inclusão”, afirmou João.