A mercadoria do futuro não será a influência, será o bom senso. Não importará se você influencia mil ou um milhão de pessoas, o importante será o quê. O que você influencia essas pessoas a fazerem. O bom senso influenciável, a forma como você convence os outros a usarem o bom senso, a comunicação não violenta, a maturidade, a segurança, a inteligência emocional serão as grandes moedas do futuro.
No futuro da tecnologia o que vai chocar as pessoas não serão carros voadores ou naves espaciais. A tecnologia da convivência, dos relacionamentos saudáveis e maduros será o que vai revolucionar de fato a era moderna. Pessoas que foram estimuladas a desenvolver inteligências técnicas a vida toda se depararão com a necessidade de desenvolver empatia, inteligência emocional e uma gama de habilidades socioafetivas. Essa será a grande revolução. Imagino que quando eu for idosa, entender como funcionam carros voadores e super máquinas não serão meus grandes desafios…
O desafio vai ser entender e aplicar na minha vida, porque não quero ser uma pessoa que parou no tempo, como as novas gerações vão estruturar seus relacionamentos, como a inteligência emocional das pessoas vai ser colocada para o mundo, como a comunicação não violenta, a gentileza, a empatia serão desenvolvidas e disseminadas. Os seres serão de fato humanos.
A possibilidade de uma nova guerra mundial só mostra que o caminho das guerras não tem saída. O verdadeiro caminho é a não-guerra, o diálogo, o entendimento, o acordo, a compreensão, o amor. O amor ao próximo não por um ensinamento religioso, mas porque é o caminho para a sobrevivência, para a perpetuação da espécie. Amar o próximo e respeitar o outro não deveriam ser lições bíblicas, e sim lição evolutiva, como a sobrevivência dos mais adaptados defendida por Darwin. Precisamos nos adaptar ao outro para que possamos seguir existindo enquanto espécie humana. É sobre isso (risos).
Em Terra de fascistas, quem tem bom senso é… quando os tempos são confusos, quem tem inteligência emocional e lucidez é o detentor do tesouro. Ou é assim ou seremos extintos, a estupidez humana que perpetua pandemias precisa ficar no passado da espécie. Ao contrário do que se pode pensar, valores são ensinados, empatia, tolerância, respeito são todas habilidades que podem ser aprendidas, praticadas, melhoradas. E essa mudança de foco do ensino tecnicista para o ensino a viver em harmonia com o eu e com o outro vai ser a grande virada de chave.
Aguardo ansiosamente pelo dia em que mais valor terão os que disseminam a paz do que os que desenvolvem tecnologias complexas para criar bombas. A busca pela não extinção da espécie será vista como prioridade e só a boa convivência em bando poderá garantir isso, logo, toda e qualquer estratégia para garantir a perpetuação da humanidade será valiosa.
Decerto que as pessoas vão desenvolver técnicas de auto terapia para buscarem auto conhecimento e melhoria individual porque não existirão terapeutas suficientes e os jovens vão estranhar quando a gente falar que “na nossa época” a gente ia pra terapia e o terapeuta era outra pessoa, porque seremos todos terapeutas de nós mesmos, trabalhando diariamente para sermos pessoas melhores.
Consultório de terapia será ultrapassado e rústico, não fazer auto terapia não será uma possibilidade concebida e os que hoje são terapeutas, no futuro, serão professores de sobrevivência na Terra.
Racismo é coisa do branco. LGBTQIA+fobia é coisa dos héteros-cis-normativos. Feminicídio é coisa do homem. Gordofobia é coisa do magro, mas não aponte o dedo para o outro o acusando de preconceituoso: todos somos. Nós brancos, héteros, cis e magros, levantemos nossas nádegas das cadeiras e resolvamos os problemas que criamos e iniciemos agora o futuro.
Espero ainda estar viva para pelo menos ver de longe um mundo cheio de tecnologias do afeto.
Não olhe para cima, olhe para o futuro.
Falando em afeto e futuro:
FELIZ DIA DAS MÃES!
Essa foi uma coluna de ficção científica de alguém que não perdeu a fé no mundo e nas pessoas. Viva a não extinção da espécie humana!
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