Mulher, tu nasceu pra morrer de apanhar
Apanhar o fardo, o feijão e o filho pra ninar
A placenta aumenta o combustível pra queimar
Espera e senta santa
Senta e apanha da mão e da condenação
Não não é não!
Apanha até sertão sem cotação.
Paraíba masculina mulher morta sim senhor
Depois dos sete palmos, nem choro nem flor.
A pandemia pare a cria
Órfã da peste que nos assolou
Te pê eme de amor, eme de morte, maldade e moléstia
Modesta de mim que penso em mazela e não em pantim, invenção da cabeça, aguenta só mais um pouquim?
Bulimia noticiária faz assim: lê o feed e toma um Dramin.
Boca surtada abarrotada de loucura e de barro
Acende a vela e reza, vocação é parte dela que parte no fim.
Parte o peito, parte as partes, episiotomia da carne pra renascer da Dor, vIU, só com aval do Zezim
Mulher partida, meu partido é tu, sim!
À parte o preconceito
No leite e no leito aflui a unção
Indulgência do ventre parir o perdão
De um corpo tirado que não lhe é dado nem por usucapião.
Seu terreno usurpado aflora fertilizado pelo esperma amaldiçoado.
Cesar amado, por vezes necessário, marque um horário!
Kristeller, triste ela é
Pelos direitos roubados.