Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Na tentativa de atacar a democracia, militares provam que não têm serventia ao Estado
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Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Para que servem os militares no Brasil?

Nosso país não enfrenta ameaças estrangeiras, não vive sob conflito nas fronteiras, não convive com tensões entre países vizinhos. Há quem diga até que o Brasil não precisa dos militares.

Mas se a função das Forças Armadas é proteger a nação, então que fiquem.

Porém, se hão de permanecer sob o juramento à pátria e com a nobre missão de defender a Constituição, que façam frente à verdadeira ameaça que assombra o país. Diferentemente das nações que constantemente se encontram em guerra por território, o que há de mais frágil no Brasil é a democracia. Após 21 tenebrosos anos de ditadura militar, de 1964 a 1985, ainda vivemos resquícios da violência que sufocava nossa liberdade sob o falso viés da segurança. Na ditadura, quem perseguia, torturava e matava civis eram os militares.

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Com a redemocratização, o Estado brasileiro deveria ter defenestrado qualquer menção à volta do regime militar. A Lei da Anistia passou a mão na cabeça dos torturadores e tapou os olhos diante de crimes imprescritíveis.

Novamente em um Estado democrático, a mínima decência que restou aos militares deveria reger sua moral a rechaçar qualquer medida que atente contra a democracia. A frase “Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, imortalizada por Ulysses Guimarães em discurso na Assembleia Constituinte, deveria ser o mantra de um militar decente. Uma oração.

A defesa da democracia se mostra ainda mais urgente quando o país é comandado por um ex-militar que foi expulso das Forças Armadas, diz que o regime deveria ter matado mais e vez por outra insinua um novo golpe.

Mas nossos milicos preferem atacar a democracia em vez de defendê-la.

Nesta quinta-feira (14), o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, voltou a dar pitacos sobre o sistema eleitoral brasileiro. Durante audiência pública realizada pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, o ministro deixou as sugestões das Forças Armadas para as eleições.

Para começo de conversa, militar não tem que opinar sobre processo eleitoral. Militares não têm nem mesmo competência para questionar o funcionamento das urnas eletrônicas, testadas e consolidadas pela segurança que oferecem à votação. Teorias conspiratórias e estapafúrdias têm o objetivo de desestabilizar o país. Ainda mais em um ano eleitoral, questionar o processo contra todas as provas que atestam sua segurança não faz bem à democracia.

Se os militares fazem questão de atacar a democracia, volto à pergunta do início do texto. Para que servem?

Para nada.

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