Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
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Nada de novo no front
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Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Foto: Reprodução/Twitter)

Os dias seguem e o conflito na Europa caminha para um fim ainda não definido. É bem verdade que a expectativa de Putin foi frustrada, nem de longe imaginaria que nesta altura do campeonato a Ucrânia permaneceria resistindo. A resistência tem adiado o fim das operações e isto só traz consequências negativas para os ucranianos e também para os russos. Há algumas alternativas para o desenrolar, a saber:

Uma vitória russa, fazendo prevalecer sua superioridade bélica sobre a Ucrânia em termos de tropas e equipamentos. Desde o início da operação, a Rússia vem avançando do norte, leste e sul em direção às principais cidades da Ucrânia. Tal cenário é possível a partir de um colapso das forças de resistência e uma vitória militar russa, levando a Ucrânia a uma mudança de governo ou a uma divisão do país.

Uma vitória ucraniana, através de uma desaceleração do avanço russo. Fato é que o governo russo tem pedido apoio de voluntários internacionais, o que demonstra uma certa exaustão das tropas russas à medida em que o ocidente envia armas à Ucrânia. Além disto, os efeitos das sanções para a economia russa e, consequentemente, para as elites russas começam a ser sentidos com mais força.

Uma saída negociada, a saída mais esperada de todas. Neste cenário as delegações acabariam por chegar a um acordo de cessar-fogo baseado em negociações de concessões. O maior problema é que tais concessões seriam bastante dolorosas e talvez difíceis de serem mantidas por longo tempo, para ambas as partes.

Uma escalada descontrolada que poderia levar o conflito a um patamar desastroso. Muitos falam de uma iminente guerra nuclear, a OTAN afirma que não irá admitir nenhum ataque a países membros respondendo com retaliação. A Rússia não descarta o uso de armas proibidas em caso de ameaça vital. As consequências seriam imensuráveis.

Uma estagnação do conflito, onde o avanço russo pararia em todas as frentes, entretanto não recuariam, ou seja, as tropas invasoras fortalecem suas posições e mantem o território ocupado. Por outro lado, a resistência seria mantida a longo prazo, fazendo da região uma zona de conflito por muito mais tempo.

O maior perdedor, a meu ver, será Putin. Mesmo que atinja seus objetivos, a Rússia terá sua economia abalada e destroçada. Talvez não perca influência política e militar, mas provavelmente perderá influência econômica. Aguardemos os próximos movimentos.

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