Por ocasião do Dia dos Avós, que se comemora em 26 de julho, recordei-me de minha saudosa avó Laura (1888-1986). Viveu nesta encarnação 98 anos, lúcida, ativa e juvenil. Veio a falecer — vejam vocês o dinamismo dela — alguns dias depois de voltar da feira, por causa de um acidente quando retornava para casa. Com sua sabedoria, adquirida nos longos embates da vida, ensinava: “Aos que chegam, na sua existência, ao fundo do poço, só resta levantar a cabeça e começar a subir”.
Sábias palavras. Por sinal, em palestra sobre o que é ser jovem, transmitida pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet), destaquei esta máxima de Samuel Ullman (1840-1924), a qual muito aprecio: “A juventude não é um tempo de vida, é um estado de espírito”.
Por isso, ao ouvir o incentivo que damos ao Jovem Ecumênico de Boa Vontade, a vovó e o vovô não devem sentir-se excluídos das nossas atividades. Eu mesmo, com muito gosto, já tenho 83 anos. Há décadas venho dizendo: aposentar-se do trabalho não significa aposentar-se da vida. Ela continua pela Eternidade. Portanto, é um erro descartar grandes valores porque estão “em idade avançada”. Descobertas importantíssimas foram feitas por homens e mulheres quando ultrapassavam os 60, 70 ou 80 anos. É preciso, pois – não me canso de proclamar –, aliar ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços.
Jovens, jamais se esqueçam de que amanhã vocês envelhecerão também… Se quiserem manter a chama da Esperança, a mesma feição juvenil, o vigor, apesar das naturais rugas do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza eterna da simpatia. Não existe melhor cosmético do que a consciência tranquila.