Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Nem Lula consegue salvar a campanha de Luciano Cartaxo
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Luciano Cartaxo e Amanda Rodrigues (Foto: Divulgação)

No segundo turno das eleições de 2012, Luciano Cartaxo enfrentava Cícero Lucena na disputa pela Prefeitura de João Pessoa. Para alavancar a campanha do então – e hoje novamente – petista, Lula veio participar de um comício. Uma multidão compareceu em Mangabeira para ouvir a maior liderança do Partido dos Trabalhadores. Na época, a presença de Lula ajudou e muito na campanha de Cartaxo. Mas apesar de serem os mesmos adversários e o mesmo pretenso cabo eleitoral, o cenário político é completamente diferente.

Pra começo de conversa, Luciano Cartaxo, à época sempre petista, era tido como um candidato de esquerda. Apesar do racha nas forças progressistas, Luciano estava do lado mais leve. A turma de Ricardo Coutinho, depois de puxar o tapete do então prefeito Luciano Agra, saíra derrotada no primeiro turno com Estela e pedia votos para Cícero, de pirraça, só para que o inimigo da vez não terminasse vitorioso. É típico deles fazerem isso. Da mesma forma foi em 2022, quando apoiaram Pedro no segundo turno para governador em vez de João Azevêdo, o candidato de Lula na Paraíba.

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Luciano acumula a fama de traidor, pois largou o PT e voltou por oportunismo. Quisesse resgatar o respeito dos petistas, teria aceitado a derrota na eleição interna, caladinho, e esperado a sua vez para, no futuro, talvez tentar ser prefeito novamente. Buscou a alternativa autoritária e deu golpe no partido. Além da imagem desgastada e de não ser querido na esquerda, Luciano carrega o fardo de ter Ricardo Coutinho como principal aliado. O ex-governador trouxe de brinde toda a sua rejeição e ainda impôs a esposa Amanda Rodrigues na chapa.

Sem o apoio das forças progressistas e com um posicionamento que não o identifica como um candidato à esquerda, Luciano é mais do mesmo. Não à toa teve um resultado tão desastroso na primeira pesquisa eleitoral divulgada pela TV Cabo Branco/Rede Globo.

Vale ressaltar que muito pior do que os 12% na estimulada foram os demais resultados. Na pesquisa espontânea, só 3% dos entrevistados disseram o nome do petista. No âmbito da rejeição, Luciano é líder, com 49%. Considerando a rejeição, já dá pra dizer que o petista não ganha essa de jeito nenhum, nem se Lula botasse ele no colo e pedisse voto a cada pessoense. Quase metade da população não quer Luciano prefeito de novo. Do jeito que o cenário se desenha, o time de Lula em João Pessoa deve se confirmar com os aliados João Azevêdo e Cícero Lucena.

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