Iniciamos abril com a ansiedade que nos envolve a respeito do que mais aparecerá de novidade no museu chamado Brasil. A alta nos combustíveis reflete severamente nos custos de todas as famílias brasileiras e, o que me surpreende, é que não há ninguém nas ruas indignado por isso. Alguns dirão que a pandemia ainda traz suas consequências, outros dirão que a guerra na Ucrânia está causando uma alta dos preços e há ainda quem dirá que é tudo isso ao mesmo tempo. Só não falam nas falhas de gerenciamento na Petrobras, que já vai para o terceiro presidente no governo Bolsonaro. O escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras é José Mauro Ferreira Coelho, homem de confiança do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
O Brasil da década de 70, durante a ditadura militar, procurou amenizar com uma política de substituição de importações, o preço do petróleo. Criamos um combustível e motores movidos a álcool (hoje etanol), como uma opção para ultrapassarmos a crise internacional do petróleo daquela década. A tecnologia avançou, hoje temos carros que podem ser abastecidos com gasolina ou etanol, mas do mesmo jeito que avança o preço do petróleo, do mesmo jeito que avança a tecnologia, curiosamente avança o preço do etanol, inviabilizando o consumidor brasileiro de utilizar como uma alternativa em momento delicado.
Por outro lado, o dólar vem baixando, dando esperanças a queda do preço do petróleo que, no Brasil, está indexada à moeda norte-americana. Entretanto, nas bombas de combustíveis, o valor não cede. Tudo vai ficando mais caro e a inflação vai corroendo o poder de compra da população. Até bolo de cenoura virou item de luxo. Em meio ao caos econômico, o governo aposta em quê? Não consigo enxergar um plano de ação que vise restabelecer um panorama de recuperação razoável na economia.
Por outro lado, começam a surgir no MEC denúncias graves de corrupção dentro do governo que disse ter extinguido a corrupção do país. O MEC me parece ser a marca da incompetência do governo que não investe em educação, pelo contrário, corta verbas ou distribui, com as bênçãos de Deus, segundo sua conveniência, atendendo pleitos de prefeitos pró-governo. O aumento aprovado pelo presidente aos professores é um ato eleitoreiro, onde os prefeitos e governadores terão de assumir a responsabilidade. Se fizermos um resgate dos ministros então vamos para o quinto só na educação. Ao todo são 28 trocas de comando nos ministérios do atual governo. Essa é a competente equipe que dirige o país.
O que esperar do Brasil em abril? Na ditadura militar, o presidente Médici teria dito: “O Brasil vai bem, mas o povo vai mal”. Hoje não tenho dúvidas de que o Brasil vai mal e o povo vai de mal a pior.