Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
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O capitalismo vai acabar com o mundo
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom – Agência Brasil

A questão ambiental tem assustado todos. O fogo se espalha pelo mundo destruindo florestas e cidades. A cada ano o aquecimento global produz mais situações extremas, com secas, inundações e muitos eventos climáticos que castigam o planeta. 

Escutamos previsões catastróficas de que o mundo estaria no limiar de um processo de recuperação. Caso não sejam tomadas medidas severas, a situação pode chegar num estágio que fique impossível reverter as condições climáticas e, assim, reestabelecer o mínimo de equilíbrio ambiental.

É uma decisão que cabe a quem habita o mundo, mas que na prática não é tomada. Sendo assim, o fim do mundo parece ser uma situação inevitável, por mais contraditória que pareça. Mas essa tem sido a escolha feita pelos homens.

Acredito piamente que o mundo está num caminho sem volta. Por mais debates que veja em torno das questões ambientais, muitas vezes, o que parece boa intenção, não se sustenta diante de duas questões que me parecem ainda mais difíceis de solucionar: os embates por territorialidade e o modelo capitalista vigente.

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A primeira questão é imutável: o mundo é um só, logo não pode existir qualquer medida que seja adotada de forma nacionalizada. Do que adianta um país adotar ações de recuperação ambiental, se outros tantos continuarem a degradar? É como enxugar gelo. 

A outra questão diz respeito ao modelo econômico hegemônico. É impossível se chegar a medidas de proteção e recuperação ambiental dentro de um ambiente de concorrência comercial. O mundo não pode mais pagar a conta da exploração capitalista. Nem pode mais usar falsas soluções travestidas de redução da degradação. Basta ver o que acontece com a troca que tem sido feita entre veículos de combustão pelos que usam baterias elétricas. É uma solução para a indústria, que não gera impacto positivo na vida de quem nunca teve condições de ter um carro.

Em suma, a solução deveria ser eliminar carros e priorizar medidas que atinjam a coletividade. Medidas que eliminem qualquer tipo de degradação, seja ela pela produção de gases oriundos de combustíveis fósseis ou decorrente da produção de baterias a partir de minérios extraídos da Terra, que inclusive se tornarão em novo problema após a utilização.

Não existe alternativa para a questão ambiental pelo caminho do capitalismo. A recuperação do planeta passa, necessariamente, por um processo de solidariedade e redistribuição de riquezas. Se temos no mundo o suficiente para que todos vivam dignamente, inclusive com produção de alimentos maior do que as necessidades dos habitantes do planeta, bastaria um pacto global que garantisse subsistência e dignidade a todos.

Enquanto a discussão ambiental não abordar a questão central de que todas as formas de degradação são oriundas da exploração capitalista, teremos apenas um ativismo panfletário, incapaz de focar no que realmente será a solução para o aquecimento global e a crise que a humanidade vive em decorrência da concentração de riqueza e da exploração do homem pelo homem. 

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