Se havia alguma chance de abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), perdeu-se no meio das notas de repúdio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Tudo bem que a eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a Presidência do Senado não foi lá grande surpresa, visto que ele era quase um candidato de consenso. Venceu com a indicação do antecessor, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Planalto, e até com apoio de senadores da esquerda.
Mas na Câmara dos Deputados, para quem duvidava da capacidade de articulação de Bolsonaro, a vitória de Arthur Lira (PP-AL) foi um atropelo. Lapada grande, de primeiro turno. Nem adianta o campo progressista procurar culpados, ali não tinha voto do PSol que salvasse Baleia Rossi para um possível segundo turno.
Bolsonaro fez o que Dilma não soube fazer: política. Deve se sustentar até o fim do mandato, muito provavelmente com mais popularidade do que Michel Temer tinha na reta final.
O que há de novo no Bolso, além da influência na pauta do Congresso Nacional, é a ausência do discurso de que neste governo não tem “toma lá, dá cá”. Para a campanha de reeleição em 2022, este é um mote a ser esquecido.