O preço dos combustíveis no Brasil nunca esteve tão alto. A inflação continua crescendo e ultrapassando todas as previsões, o desemprego passa dos dois dígitos e o país mergulha numa crise sem precedentes. A fome voltou a bater à porta dos brasileiros e a previsão para 2022 não é de retomada do crescimento.
Os liberais que apoiaram a dupla Bolsonaro e Guedes como salvadores da economia estão com a cara no chão. O governo afundou o país com uma série de erros na política econômica. O Brasil não tem suficiência energética, o petróleo não é nosso, o brasileiro paga caro para viver e o liberalismo assiste ao presidente fazer política contra tudo o que prometeu, como o furo no teto de gastos e a PEC do Calote.
É verdade que o país enfrenta a pandemia de covid-19, numa gestão desastrosa por parte do governo federal, que também por seus equívocos na condução das medidas contra a disseminação do vírus – desinformação e atraso na compra de vacinas – permitiu que milhares de brasileiros morressem e atrapalhou ainda mais a economia.
Na maior desfaçatez do mundo, Bolsonaro terminou o ano de 2021 colocando a culpa do mau resultado nos governadores e prefeitos. Ele fala para sua plateia e tenta desesperadamente recuperar o capital político perdido.
Não é o conservadorismo, o desastre na política ambiental ou o atraso na compra de vacinas contra covid-19 que mais tira votos de Bolsonaro. O fator que faz derreter a popularidade do presidente da República é a economia. Só estando fora do Brasil para não perceber o rumo que o país tomou no último ano. Gasolina, conta de energia, supermercado… Está tudo mais caro e a culpa é de Bolsonaro e Guedes.
Nem as cortinas de fumaça de antes com Damares falando besteiras funcionam mais. Com os conservadores sentindo no bolso a aposta que fizeram nesse desgoverno, o Planalto tem elegido o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como novo bobo da corte para desviar o foco da economia e esconder Paulo Guedes por trás de pautas relevantes. As crianças, por exemplo, serão vacinadas. O governo só cria obstáculos para manter o eleitor mais fiel se sentindo representado e manter os holofotes fora dos índices econômicos.
Para Bolsonaro e Guedes, pouco importa se a faixa de pessoas na miséria está crescendo. O próprio ministro posto Ipiranga já deu declarações desumanas, falou até que pobre podia consumir comida fora do prazo de validade. Além das offshores, há um Brasil que passa fome e urge por um prato de comida. Mais além ainda há uma massa gigantesca que não liga para redução da desigualdade social, apenas para a própria conta, e justamente por isso está pulando fora do barco furado que é Bolsonaro e Paulo Guedes.