Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
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O preço do tempo
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(Foto: Nick Olejniczak/Flickr)

Há momentos em nossa vida que nos empenhamos e dedicamos a projetos que nos tiram a noção do tempo. Passamos a viver, dia após dia, confiantes que conseguiremos alcançar o objetivo e, muitas vezes alcançamos, mas sem se dar conta do preço do tempo. Entramos em uma rotina exaustiva, cansativa e repetitiva, onde passamos a fazer coisas de maneira automática e deixamos de prestar atenção a detalhes importantes.

Muitas vezes assumimos tais projetos não só por nós, acreditamos ser altruístas e que estamos fazendo tudo aquilo por algo maior que nós mesmos. Será mesmo? Ao dedicarmos tempo em demasiado a tais projetos, passamos a não perceber detalhes importantes de nossa rotina, não apreciamos a comida, não apreciamos o clima, o dia, a natureza, as crianças brincando na rua, nossos amigos, nossos filhos e nossos companheiros. Detalhes vão passando despercebidos e a nossa desculpa é que estamos fazendo tudo isso não por nós, ou não só por nós, mas por algo maior ou até mesmo pelos outros… será?

Precisamos compreender que nossas escolhas são nossas, nossos afazeres, nossas demandas, nossos projetos, nosso trabalho, tudo. Precisamos admitir que nem sempre fazemos pelos outros, fazemos por termos decidido fazer, unicamente. E quanto tempo perdemos? A correria corrói nossas relações, nosso bem-estar. Pior é quando descobrimos que estamos gastando tempo e energia com algo que não nos traz retorno nenhum, o projeto é frustrado. Mesmo assim devemos entender que a escolha foi nossa e a frustração também deve ser nossa, não dos outros.

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O tempo não tem preço e precisamos compreender melhor o que realmente vale a pena nas nossas vidas para endereçarmos nossas energias e nosso tempo. O tempo urge, mas mais importante que a velocidade é a direção. Não confundamos pressa com velocidade. A vida está veloz, as informações correm a uma velocidade nunca vista e experimentada na História. Um vídeo ou um meme viraliza como relâmpago. E qual é a consequência disso? Estamos doentes com o pensamento acelerado, mentes aceleradas e as pessoas se tornaram extremamente ansiosas, inquietas, frustradas e insatisfeitas.

Quanto isto custa? Quanto custa o tempo? Já estamos vivendo como na obra cinematográfica “O preço do amanhã”, só não descobrimos ainda. O tempo é uma moeda, você gasta tempo. Só não deixe seu tempo acabar, ou gaste-o com o que realmente vale a pena.

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