Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
Fernando Guedes Jr é turismólogo e historiador; mestre em História pela UFRN. Trabalha com magistério nas redes pública e privada da cidade de João Pessoa. Instagram: @afernandojunior
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O que se diz ao Deus da morte?
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A morte continua sendo um fenômeno a ser encarado. Não há outra certeza em vida a não ser a morte, entretanto, temos imensa dificuldade em encará-la sem dor e/ou sofrimento, o que prova que não somos evoluídos o suficiente. O Dia dos Mortos é celebrado em várias culturas e, em boa parte delas de maneira triste e melancólica. A saudade daqueles que não nos fazem mais convivência física é inevitável, assim como nos sentimos saudosos de outras experiências que já vivemos ou até mesmo de pessoas que ainda estão neste plano mas se encontram distantes fisicamente.

Fato que não há receita e cada um acaba tendo um entendimento e reação que acaba por nos afastar da verdadeira face deste fenômeno. Há quem conviva com a morte diariamente, tornando-se frio, mas consciente de que não há destino diferente entre os vivos, afinal, para morrer, basta estar vivo. Outros encaram como grande perda e pesar, evocam constantemente os que já não estão aqui e vivem uma espécie de luto eterno, longe de uma paz necessária para que possamos seguir adiante.

Este texto não pretende desvelar o que é a morte, nem expor/impor minha compreensão sobre. Trata-se antes de tudo de uma reflexão. É a única certeza que temos, mas insistimos em não conversar sobre isto com nossos parentes, insistimos em não nos preparar para este evento mesmo sabendo que ele irá acontecer, e o pior, sem saber quando. Você sabe quais os desejos de seus parentes mais próximos para quando isto lhes ocorrerem? Você já conversou com eles sobre a própria morte? “Hoje, não!” Há quem tente se desvencilhar deste tema alegando que falar em morte atrai a mesma.

Cada um experimenta o luto de forma peculiar, com suas percepções, resiliência e estratégias de enfrentamento. Cada um a encara de acordo com o significado que se atribui à pessoa que se foi e isto é único. O luto é necessário, mas também é necessário seguir adiante. É preciso aceitar que toda vida tem um fim. Da mesma forma que aprendemos e nos adaptamos com a chegada de uma pessoa em nossas vidas, precisamos seguir o caminho contrário e aprender e nos adaptar à ida de uma pessoa. Às vezes não precisamos compreender a razão, apenas aceitá-la.

Você que neste momento faz esta leitura, já pensou em sua própria morte? Já pensou nas providências a serem tomadas a partir dela? Já expôs isto de alguma maneira? Talvez não seja a melhor conversa para uma mesa de bar, mas necessária ao menos para uma reunião familiar. E quando isto finalmente lhe ocorrer, já sabe o que dizer ao encarar face a face a morte? “O que se diz ao Deus da Morte? Hoje, não!”

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