Que Cássio Cunha Lima (PSDB) andou de mãos dadas com Ricardo Coutinho (PSB) em 2010 não é segredo para ninguém. Olhando para trás, com os fatos da política de hoje, chama atenção o fisiologismo dos Cunha Lima quando precisam ser pragmáticos para alcançar seus objetivos.
Decidiram colocar o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), no sacrifício em 2022. Uma campanha que a preço de hoje é muito difícil, pois irá enfrentar o atual governador João Azevêdo (Cidadania) e será associada ao maior aliado de Romero na atualidade, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Ter a imagem colada a Bolsonaro é ganhar o voto da extrema-direita, porém trazer para si o fardo do pior governo que o Brasil já teve, das milhares de mortes pela má gestão no enfrentamento à covid-19 e da crise financeira sem precedentes. O grupo precisa ter chapa e Romero foi o mártir escolhido, ou, como pontuado no editorial publicado aqui no Termômetro da Política, o “boi de piranha”.
Naquela campanha de 2010, apesar de Ricardo pedir votos para Dilma, os Cunha Lima pediam votos para o adversário da petista, José Serra. Era uma disputa acirrada em âmbito nacional. Desta vez, há quem acredite que os Cunha Lima irão escorregar, indo de Lula a Bolsonaro, a depender da região conforme for mais vantajoso para eleger seus deputados e, quem sabe, emplacar o senador.
Como se diz na Paraíba, eles entrarão na campanha “com as duas mãos e os dois pés”. É até louvável pelo ponto de vista do compromisso, uma pena que seja por puro fisiologismo, nunca por ideologia. Para quem não lembra, trago abaixo algumas publicações dos Cunha Lima, — que sempre foram de direita — em êxtase na defesa de um candidato da esquerda. O atual prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, era dos mais empolgados. Confira: