Onde estaríamos agora se não tivéssemos vacinas? Chegou a hora de pôr fim a este debate ridículo sobre a eficiência das vacinas. Tal concepção é, no mínimo, irresponsável. Causa cada vez mais espanto casos como do tenista Novak Djokovic e de tantas outras pessoas públicas e famosas nas suas posturas antivacinas.
Já me irritei particularmente com alguns familiares, com idade idosa, que inicialmente diziam que não tomariam a vacina. Perguntei-lhes que tipo de frescura era essa, na altura do campeonato, para colocar a própria saúde em risco, diante da idade e de suas comorbidades. Décadas anteriores, todos tomavam vacina sem sequer questionar o laboratório ou o país em que eram produzidas. Ainda durante a ditadura militar, o Brasil criou programas de vacinação em massa onde se utilizava uma mesma “pistola” para vacinar várias pessoas e eu nunca ouvi ninguém reclamar disto.
Agora, vacinados, questionam a razão de mesmo assim estarem sendo infectados. Não há outra alternativa entre a ignorância de como as vacinas funcionam em um organismo ou o mau-caratismo de saber e mesmo assim querer colocar em xeque a eficiência das vacinas. Estamos batendo recordes de infecções no país desde o pico da pandemia e sabe a razão de não estarmos com o sistema público de saúde em colapso? Não! Não é hidroxicloroquina, nem mesmo ivermectina, são as vacinas! Se não fossem por elas estaríamos todos trancafiados em casa, mais uma vez em quarentena.
“Eu sou a favor da vacina, sou apenas contra a obrigatoriedade delas!” As vacinas sempre foram obrigatórias! A liberdade individual não pode prevalecer sobre a saúde pública. Até hoje no nosso país é obrigatório comprovar a carteira de vacinação atualizada para matrícula de filhos menores nas escolas do ensino básico. Para funcionários de uma empresa, ao serem contratados, também consta na lista de documentos a serem entregues ao RH a carteira de vacinação de seus filhos. Semana passada surgiu mais uma ditadura na Europa: a Áustria é o primeiro país da União Europeia a aprovar por 137 votos contra 33 a obrigatoriedade da vacina, a multa pode chegar a 3,6 mil euros (aproximadamente 22 mil reais). Outros países como Itália e Alemanha sinalizam o mesmo caminho. Quanto absurdo!!
Quantos Olavos de Carvalho ainda teremos? Quantos ainda negarão o vírus, o efeito da vacinação e sucumbirão? A ironia trágica para ele é que o negacionismo ao qual ele se prendeu para ser coerente com o bolsonarismo, negando a pandemia, o vírus, e os efeitos protetores da vacina, o fez cavar, literalmente, sua própria sepultura. No fim, Olavo de Carvalho sabotou a si mesmo e, lamentavelmente, não será o último.