Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Opositores de Cícero passam recibo ao se unirem já no primeiro turno
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Luciano Cartaxo, Ruy Carneiro e Marcelo Queiroga (Foto: Divulgação)

Após o primeiro turno de uma eleição majoritária, é muito comum o movimento de candidatos vencedores e perdedores em busca de uma composição para somar forças no segundo turno. Em João Pessoa, aconteceu algo inédito: três candidatos de oposição ao atual prefeito Cícero Lucena (PP) se uniram antes mesmo das eleições. Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL) alinharam seus discursos e posaram juntos para uma foto nesta quarta-feira (11) sob a justificativa de que estariam, junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), pedindo o auxílio de tropas federais para o pleito deste ano.

A união das oposições de forma tão antecipada e com a disputa em andamento expõe as fragilidades das candidaturas postas. Em outras palavras, Cartaxo, Ruy e Queiroga dizem ao eleitorado que quem dos três conseguir ir para o segundo turno com Cícero terá o apoio dos outros dois. A tática beira o desespero, pois não é segredo para ninguém que o atual prefeito tem larga vantagem na corrida pela reeleição, conforme apontam diversas pesquisas eleitorais já divulgadas. Assim, o grande desafio é conseguir chegar ao segundo turno, e para isso, os três se abraçam antes da hora, como se fossem tudo a mesma coisa.

O mais estranho da composição é terem colocado num mesmo balaio o candidato de Lula, Luciano Cartaxo, e o de Bolsonaro, Marcelo Queiroga. Vale lembrar que ambos foram rejeitados previamente por suas bases eleitorais. O PT de João Pessoa rejeitou Cartaxo, enquanto a direita paraibana só aceitou Queiroga quando a ordem veio do próprio ex-presidente da República. Agora, com ou sem o apoio de seus eleitores, caminham juntos contra Cícero, que é o candidato do governador João Azevêdo (PSB), aliado e representante do projeto de Lula na Paraíba.

Sob o ponto de vista do marketing político, a união de forças dos opositores a esta altura pode resultar em tragédia para cada um dos três e acabar impulsionando a campanha de Cícero. Ao se aliarem previamente, Cartaxo, Ruy e Queiroga admitem implicitamente que suas candidaturas não estão decolando, assumem publicamente a condição de iminentes derrotados e ainda passam o recibo para o principal adversário.

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