A participação em vídeo da deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no evento dessa segunda-feira (21), que confirmou intenção de aliança do partido no estado em torno da pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao Governo da Paraíba confirma que a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores referenda as decisões políticas do ex-governador e pré-candidato a senador Ricardo Coutinho, nem que para isso seja rifada a democracia.
Não falo da democracia no país, pois está claro que restabelecer a plena democracia no Brasil é a prioridade de Lula no enfrentamento a Bolsonaro nas Eleições deste ano. A questão é a democracia interna do partido. Uma agremiação que tem histórico de debates internos e respeito aos filiados foi entregue de portas fechadas para quem menos deu espaço ao PT quando foi chefe do Executivo, na capital ou no estado.
E se a chapa com Ricardo e Veneziano juntos é ou não o melhor para o partido, quem deveria decidir são os membros do PT da Paraíba. A maioria já sinalizou que prefere manter a aliança com o governador João Azevêdo e compor um palanque amplo, tendo como prioridade a eleição de Lula com larga vantagem no estado. Para os novos petistas, a prioridade é eleger Ricardo para o Senado.
Como as federações partidárias estão indefinidas, pode ser que a aliança entre PT e MDB na Paraíba nem vingue. E se o PT fechar mesmo com o PSB, com João de volta ao terreno socialista, como fica o palanque de Vené? Seria uma campanha no mínimo esquisita e com a esquerda absolutamente rachada. Se acontecer, não será a primeira vez que Ricardo divide e enfraquece as forças progressistas em prol de seu projeto pessoal. E no fim das contas, caso o PT de Ricardo precise mesmo colocar o rabo entre as pernas para respeitar a federação, ficará na história mais um episódio de desrespeito.