Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Por que a nova pesquisa Ipec é a mais devastadora para a campanha de Bolsonaro
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(Fotos: Ricardo Stuckert/Lula; Alan Santos/PR)

A pesquisa Ipec de intenção de votos para a Presidência da República, encomendada pela Rede Globo e divulgada nesta segunda-feira (12) foi, até aqui, a mais devastadora contra a campanha de Jair Bolsonaro (PL). O motivo para tamanho desastre contra o projeto de reeleição do atual presidente não se encerra apenas nos números que apontam a estagnação diante do crescimento de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O problema maior está no momento da campanha, e pelo resultado, Bolsonaro já pode ver o jogo como perdido.

No cenário de primeiro turno da pesquisa Lula aparece com 46% das intenções de voto contra 31% do presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente Lula subiu dois pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de 5 de setembro. É verdade que a oscilação está dentro da margem de erro, mas o que amedronta Bolsonaro está nas datas. A principal aposta do marketing do presidente era alavancar sua campanha com uma grande movimentação no 7 de Setembro, Dia da Independência.

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Os números mostram que o ‘grande dia’ planejado por Bolsonaro não surtiu efeito algum. O resultado a cada dia que passa vai ficando pior para o presidente. Enquanto não sai do lugar nas intenções de voto, sua rejeição só cresce.

A propaganda eleitoral de Bolsonaro também perdeu o tom. Ao dizer que é o pai do pix, que vai aumentar o Auxílio Brasil, isso e aquilo, reforça sua pecha de mentiroso.

Outro recorte ruim da pesquisa mostra que também não surtiram efeito as tardias reduções nos preços dos combustíveis. O brasileiro amargou um longo período de crise financeira, desemprego e inflação sem precedentes, combustíveis pagos a preço de dólar devido à política de paridade internacional, e agora, em plena campanha, vem Bolsonaro baixar o valor.

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A soma de todos os esforços de Bolsonaro com redução nos combustíveis, aumento do Auxílio Brasil e suposta força política no 7 de Setembro deveria ter se refletido nesta última pesquisa Ipec. Político pode até mentir, mas números, jamais. O resultado deixou evidente que a população assimilou as medidas, porém percebeu que chegaram tarde. O rombo no bolso que vem sendo causado nos últimos anos não se costura na véspera da eleição.

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